O governo estadual aguarda o Ministério das Cidades
viabilizar um novo empréstimo para retomar as obras do Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande. A expectativa é que sejam liberados
mais R$ 500 milhões via Caixa Econômica Federal, além do montante já
financiado, de R$ 1,2 bilhão.
O governador Pedro Taques (PSDB) espera ter a resposta do
ministro Bruno Araújo (PSDB) ainda em outubro. Após, será preciso conseguir o
aval da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Paralelamente a isso, o governo
aguarda ainda a decisão da Justiça Federal sobre os rumos do contrato.
Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, com
esses recursos garantidos, será possível retomar as obras do VLT, paralisadas
desde o final de 2014. Com isso, o governo iria concluir a obra de forma
direta, da mesma maneira que começou, sem fazer nenhuma parceria
público-privada (PPP), como chegou a ser cogitado.
Paulo Taques admitiu que o tempo que a obra está paralisada
é longo, mas argumentou que o governo não pretende retomar o VLT sem ter
certeza de que a obra não vai mais parar. Para isso, o governo aguarda
conseguir os recursos necessários para conclusão.
“É muito tempo 1 ano e 9 meses sem retomar o VLT? É muito
tempo, sim. Nós já tivemos situações no Brasil como o metrô de Salvador que
ficou 20 anos parado. Não estou dizendo que vamos ficar 20 anos. Estou dizendo
que nós não retomamos ainda porque queremos retomar tendo a firmeza de saber
que temos o dinheiro, que temos condições de pagar e que a obra não vai mais parar”,
afirmou ele.
O governo passado já pagou R$ 1,066 bilhão ao consórcio VLT
Cuiabá, do total de R$ 1,477 bilhão pelo qual a obra foi contratada. A
divergência entre os valores solicitados pelo consórcio para concluir o VLT e o
valor que a atual gestão está disposta a pagar levou o governador a
judicializar a questão. Taques já desistiu de entrar em acordo com o consórcio,
e aguarda decisão da Justiça Federal.
Com base no relatório da consultoria KPMG, o governo
estadual ofereceu ao consórcio R$ 191 milhões a mais que o contrato assinado em
2012, que foi de R$ 1,477 bilhão. Ou seja, no total, o VLT sairia por R$ 1,668
bilhão. Para concluir a obra, o consórcio havia solicitado o total de R$ 2,2
bilhões.
“Não podemos retomar uma obra desse tamanho, que gasta essa
quantidade de dinheiro que já gastou, sem saber em que vamos gastar. Não vamos
gastar mais nem um real no VLT sem saber exatamente com o que estamos gastando.
Algumas perguntas, a consultoria já respondeu. Temos que resolver a questão
judicial”, disse Paulo Taques.
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