A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) disse, por meio de nota, que o governo de São Paulo está processando e cobrando ressarcimento dos eventuais prejuízos das empresas acusadas de envolvimento no cartel que fraudou contratos do Metrô e da própria CPTM.
“Vale esclarecer que, assim que o governo de São Paulo teve conhecimento das denúncias, foi o único que efetivamente tomou providências e abriu grande investigação, com total autonomia, no âmbito da Corregedoria Geral da Administração, que afastou funcionários públicos”, diz a companhia de trens.
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Um inquérito policial, concluído no dia 4 de dezembro de 2014, aponta a participação de ex-diretores e ex-presidente da companhia de trens, executivos de multinacionais, lobistas e empresários nos crimes de corrupção ativa e passiva, formação de cartel, lavagem de dinheiro, crime licitatório e evasão de divisas entre 1998 e 2008, durante as gestões do PSDB – Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. Ao todo foram 33 indiciados; nenhum político.
Também por meio de nota, o ex-presidente da CPTM Mario Bandeira e o ex-diretor José Luiz Lavorente, ambos indiciados, negaram participação em atos ilícitos e defenderam os contratos celebrados durante sua gestão.
“A sindicância administrativa realizada em 2009, época que já não trabalhávamos na empresa, demonstrou inexistência de irregularidade e de prejuízo à companhia, uma vez que se caracterizou o proveito social e econômico”, disseram eles.
A Alstom afirmou que não comenta processos em andamento e que “vem colaborando com as autoridades sempre que solicitada e que opera de acordo com um rigoroso código de ética e com todas as leis e regulamentos dos países onde atua”.
O presidente da TTrans, Massimo Giavina-Bianchi, também negou participação nas irregularidades. Segundo ele, em depoimento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que delatou o cartel à Polícia Federal, teria isentado a TTrans.
“Ele próprio disse que a TTrans é agressiva nos preços”, afirmou o executivo. As demais pessoas e empresas citadas no inquérito da PF foram procuradas pelo Estado, mas não foram encontradas ou não quiseram se manifestar sobre o caso.
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