As mineradoras Vale e Norsk Hydro se comprometem a
transportar parte de sua produção pela futura Ferrovia Paraense, projeto de
concessão do governo do Pará que cortará o Estado de Norte a Sul por 1.312 km
ligando vários territórios de agronegócio e produtores de minério ao Porto de
Barcarena, na região metropolitana de Belém.
O projeto, que poderá ter conexão com a Ferrovia Norte-Sul
em Açailândia (MA), está em fase de realização de reuniões técnicas com
investidores e empresas interessadas e audiências públicas, e tem lançamento de
edital previsto para novembro e leilão agendado para fevereiro de 2018. O
investimento de construção da ferrovia é de R$ 14 bilhões.
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De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do
Pará, Adnan Demachki, o termo de compromisso a ser assinado pelas duas
mineradoras instaladas ao longo do trajeto percorrido pela Paraense representa
até 15% da capacidade de escoamento da futura estrada de ferro, que será de 170
milhões de toneladas por ano de commodities (minérios e grãos).
Além de Vale e Norsk Hydro, há outros grandes embarcadores
interessados no projeto, uma sinalização do mercado de que a ferrovia será
viável e terá um processo licitatório bem sucedido, informou o secretário, após
participar, ontem, de reunião técnica sobre o projeto em São Paulo.
“A Vale, maior empresa de exploração de minérios do
Brasil, nos autorizou a anunciar que vai participar do projeto da Ferrovia
Paraense, transportando parte de sua carga, cujo quantitativo está em estudos
pela empresa. Além dela, a Norsk Hydro, empresa norueguesa, assinará também
termo de compromisso de carga com algo em torno de 5 milhões de toneladas por
ano, cujo documento será formalizado no dia 18 de agosto na audiência pública
da ferrovia no município de Paragominas”, afirmou Demachki. A Vale foi
procurada para comentar as informações do secretário, mas não retornou os
contatos até o fechamento desta edição.
Num auditório lotado num hotel do centro de São Paulo, mais
de cem investidores, grandes empresas, trades brasileiras e internacionais
conheceram o projeto da Ferrovia Paraense apresentado por Demachki e outros
integrantes do governo paraense. Participaram da reunião Concremat, Camargo
Corrêa, Construcap Engenharia e DTA do setor de construção; Ecovias, Porto São
Sebastião, Russian Highways e VLI (operadores de infraestrutura e logística);
as mineradoras Vale, Norsk Hydro e Glencore; além de Siemens, Cargil e empresários
italianos, chineses, russos, coreanos e japoneses.
A Associação Brasileira de Logística (Abralog), Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Associação Brasileira da Indústria
Ferroviária (Abifer), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM),
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto de Engenharia e
Associação Nacional de Transportadores Ferroviários também estiveram no
encontro de ontem.
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