Israel fez o primeiro teste do trem de alta velocidade que
conectará as cidades de Jerusalém e Tel Aviv, e que atravessa uma pequena parte
do território palestino ocupado da Cisjordânia, informou nesta segunda-feira a
imprensa israelense.
O trajeto foi percorrido ontem com sucesso em 28 minutos,
segundo o jornal “Jerusalem Post”, tempo que reduz em mais de dois terços as
cerca de duas horas a viagem entre as duas cidades em horário de pico.
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“O trem de alta velocidade garantirá o status de Jerusalém e
a possibilidade de as pessoas que vivem ali abrirem negócios. Mudará totalmente
a relação entre Jerusalém e o resto do país”, disse o ministro de Transporte,
Israel Katz.
O projeto foi iniciado em 2001 e calcula-se que terá um
custo final de US$ 1,8 bilhão, informou o portal de notícias “Times of Israel”.
Para o trajeto, foram criados 38 quilômetros de ferrovia, um
terminal subterrâneo em Jerusalém, cinco túneis e dez pontes. A viagem terá
paradas no aeroporto internacional de Ben Gurion e na cidade de Modi’in.
O projeto recebeu críticas da esquerda israelense e dos
palestinos por cruzar em dois pontos a Linha Verde e ocupar território
palestino na Cisjordânia: em sua passagem pela cidade de Latrun e perto de
Mevaseret Zion, próxima a Jerusalém.
Segundo o jornal “Haaretz, no total o trem percorre seis
quilômetros em território ocupado, a maioria por túneis subterrâneos.
A empresa alemã Deutxche Bahn, que assessorava nesta questão
a Israel Railways (estatal que opera os trens do país), encerrou sua colaboração
com a mesma por este motivo e uma visita de diplomatas ao projeto foi cancelada
recentemente, em rejeição ao trecho na Cisjordânia, informou o “Haaretz”.
De fato, em 2004, o então procurador-geral, Menachem Mazuz,
ordenou a paralisação da obra após o Tribunal Supremo indicar que a rota
deveria ser alterada porque violava os direitos dos palestinos, mas o projeto
finalmente foi autorizado e espera-se que esteja terminado e entre em
funcionamento em abril de 2018.
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