Ex-subsecretário admite ter recebido dinheiro de corrupção na Linha 4 do Metrô do Rio

Em depoimentos prestados ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio, nesta terça-feira (12), três acusados no processo da
Operação Tolypeutes – que apura corrupção nas obras de construção da Linha 4 do
Metrô – admitiram ter ficado com recursos ilícitos, mas alegaram não saber a
origem do dinheiro.

Foram ouvidos nesta terça Luiz Carlos Velloso,
ex-subsecretário estadual de Transportes, a mulher dele, Renata Loureiro Borges
Monteiro, e o irmão, Juscelino Gil Velloso. Luiz Carlos, que ocupou o cargo na
gestão do ex-governador Sérgio Cabral, era subordinado na secretaria de
Transportes a Júlio Lopes, atualmente deputado federal.

O ex-subsecretário afirmou ao magistrado que recebeu
dinheiro em quatro ocasiões, dos quais ficou com cerca de R$ 100 mil, gastos em
despesas pessoais e na compra de um carro. Velloso disse ainda que não
solicitou propinas, apenas ficou com parte do dinheiro. A mulher e o irmão de
Velloso disseram que não sabiam da origem ilícita dos recursos.

Ao fim da audiência, Marcelo Bretas acatou pedido da defesa
e converteu a prisão preventiva de Luiz Carlos Velloso em domiciliar. O juiz
concordou com a argumentação dos advogados, de que o acusado está colaborando
com o processo e, portanto, não haveria necessidade de mantê-lo em regime
fechado.

Na operação Tolypeutes, desdobramento da Lava Jato e
deflagrada em 14 de março, foram presos Velloso e o diretor da Companhia de
Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (RioTrilhos), Heitor
Lopes de Sousa Junior. De acordo com executivos da Carioca Engenharia, uma das
responsáveis pela obra, as empreiteiras pagavam propina em troca de contratos
bilionários no governo estadual.

As obras da Linha 4 custaram cerca de R$ 10 bilhões e a
inauguração foi pouco antes da Olimpíada do Rio. O trajeto liga Ipanema, na
Zona Sul, à Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Além da Carioca Engenharia, outras
duas grandes contrutoras formavam o Consórcio Rio Barra, responsável por parte
da obra: a Odebrecht e a Queiroz Galvão.

Na decisão que determinou a prisão, o juiz da 7ª Vara
Criminal Federal, Marcelo Bretas, diz que “chama atenção” o fato de a
obra, que foi originalmente orçada em R$ 880,079 milhões, em 1998, ter chegado
a um valor final de R$ 9,643 bilhões.

 

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