Grupo chinês de mineração quer investir US$ 2,4 bilhões no país

Dono da Bahia Mineração (Bamin), o grupo Eurasian Mining
sinalizou ao presidente Michel Temer que pode investir mais US$ 2,4 bilhões no
Brasil até o fim de 2018. A ideia é começar com ampliação das atuais
instalações em US$ 1 bilhão. O restante viria da participação do grupo no
leilão do trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) entre Ilhéus e
Caetité, na Bahia, em princípio em um consórcio com empresas chinesas. O
anúncio foi feito a Temer durante escala técnica do avião presidencial no
Cazaquistão, sede da empresa, antes de pousar em Pequim, onde realiza visita de
Estado e participa da 9ª Reunião do Brics.

A intenção de formar um consórcio com os chineses da China
Communication Construction (CCC) e da China Railway Engineering Corporation
(Crec), além do governo da Bahia, deve ser objeto de um protocolo de intenções
assinado entre as partes durante a visita de Temer à China. Quem levar a Fiol
poderá explorar o trecho ferroviário e ficará a cargo da construção do porto
baiano. É tudo o que a Bamim precisa para escoar a produção. A construção do
porto demanda cerca de US$ 1 bilhão, e outros US$ 400 milhões devem ser usados
para concluir a malha.

O leilão só deve acontecer no início do segundo semestre de
2018, de acordo com o ministro dos Transportes, Mauricio Quintela, que compõe a
comitiva de sete ministros e 11 deputados trazidos à China para tentar atrair
investidores para obras de infraestrutura e para o programa de 57 privatizações
anunciadas pelo governo. O protocolo não garante a formação do consórcio, até
porque os chineses querem participação majoritária no projeto para fechar com a
Bamin, mas confirma o interesse de investidores estrangeiros no Brasil, diz uma
fonte do governo brasileiro.

Em seu primeiro dia na China, Temer recebeu os executivos de
quatro grandes empresas chinesas com presença no Brasil. A agenda começou com
as gigantes de energia State Grid (que tem 50% de seus ativos no exterior no
Brasil), uma das maiores empresas do mundo, e a Three Gorges (que acaba de
comprar linhas de transmissão no país). Em seguida, foram os presidentes de
Huawei e HNA, que é acionista de Azul e TAP. Nas conversas, o presidente
apresentou o programa de privatizações do governo, com destaque para a
Eletrobras.

— Eles querem investir cada vez mais no Brasil e revelaram
uma confiança extraordinária no país, no setor de energia — disse o presidente.

EMPRÉSTIMO À PETROBRAS

Brasil e China devem assinar uma série de acordos entre
governos e setores privados. A maior expectativa é em torno de encomenda de 20
aviões da Embraer, como antecipou O GLOBO. Deve ser assinado ainda memorando de
entendimento da Eletronuclear sobre a possível participação de uma empresa
chinesa em Angra III e um empréstimo do China Exim Bank à Petrobras, no modelo
usual.

 

Leia também: Temer
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