Com investimento de mais de meio milhão de reais, a CPTM
começará a resolver o problema dos enormes vãos entre o trem e a plataforma. A
companhia assinou contrato de R$ 539 mil para que uma empresa instale
borrachões nas plataformas da estação da Luz.
No entanto, a Luz ainda levará alguns meses para ficar mais
segura: a instalação das borrachas, que na prática encurtam o vão, deve ser
feita até o fim do ano. O uso delas é comum nas estações do metrô.
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A mudança foi anunciada após a Agência Mural revelar, em
agosto, que os passageiros precisavam vencer vãos de até 46 cm para entrar e
sair do trem, e que quase mil pessoas caíram nesses espaços em 2016. Em média,
foram três acidentes por dia.
Na ocasião, Clodoaldo Pelissioni, secretário estadual de
Transportes Metropolitanos, disse que apontaria uma solução em 30 dias. Após o
dobro do prazo dado por ele, ainda não há mudanças na Luz.
A estatal diz que a demora se deve a “questões
administrativas e em atendimento à lei, que rege as contratações feitas por
empresas públicas, o cronograma está sendo readequado”. Sobre o novo prazo de
realização das obras, a CPTM diz que estão sendo feitas reuniões para criar um
plano de trabalho e de interdições.
Enquanto isso, nas plataformas, os passageiros reclamam do
tamanho dos vãos. “Esse precipício entre o trem e a plataforma é encontrado
mais nas linhas de trem, pois existe menos infraestrutura na CPTM. O ideal
seria incluir um suporte fixo entre o trem e a plataforma ou até mesmo um
suporte fixo na porta do trem, como existe na linha 4-amarela do metrô”,
analisa Joyce Nunes, produtora de conteúdo.
“Os vãos entre trens e plataformas são muito grandes. Comigo
nunca aconteceu nada, mas já vi uma amiga caindo. Ela ficou com um hematoma
horrível na perna”, conta a vendedora Yara Xavier, 23, moradora de Guaianases,
na zona leste.
“Mais complicado que a Luz, está Brás Cubas”, alerta Alan
Alves, 46, operador técnico.
Na linha 11-coral (Luz-Estudantes), a estação Brás Cubas, em
Mogi das Cruzes, está com um degrau de madeira para facilitar o acesso aos
trens.
Esse degrau dificulta o acesso de cadeirantes e de idosos.
No entanto, antes eles também tinham dificuldade. Pessoas em cadeiras de rodas
só conseguiam entrar nos trens se fossem carregadas.
Além do desnível, as plataformas locais tem 19 cm de vão até
o trem. Pela linha 11-coral, passam 724 mil pessoas por dia.
A CPTM disse que os degraus de madeira são uma estrutura
provisória feita para que a estação toda não precisasse ser interditada durante
as obras para elevar o piso e resolver o desnível de vez. Os trabalhos devem
terminar em dezembro.
A estatal também promete ter condições de acessibilidade
para cadeirantes em todas as estações até 2020.
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