O governo estadual, o Ministério Público Estadual e a
Defensoria Pública firmaram um termo de compromisso para a realização de uma
licitação do sistema de bilhetagem das passagens intermunicipais. O promotor
Pedro Rubim explicou, em entrevista ao “Bom Dia Rio”, que o acordo
estabelece um cronograma para o processo de licitação do sistema e de
contratação de uma empresa para fazer o processamento dos dados sobre o
transporte público intermunicipal do estado:
– Esse controle é feito por uma em presa privada, que é a
Riocard, controlada pela Fetranspor. O objetivo desse compromisso é de que no
prazo de 18 meses seja feita a modelagem do processo licitatório e de todas as
etapas para que seja feita a contratação para essa empresa. E que traga então
uma série de melhorias em respeito aos milhares de consumidores que usam esse
serviço – disse Rubim.
O promotor disse que um dos objetivos é ter o controle de
todas as informações para poder cobrar das empresas de transporte uma boa
prestação de serviço, como por exemplo, saber o número de passageiros por
veículo, como é a arrecadação com os valores das passagens para determinar o preço
futuro. Com isso, o estado terá informações para que a qualidade de prestação
de serviços seja atestada de maneira efetiva.
O secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira, disse
que o acordo com o MP e a Defensoria Pública visa a separar todas as transações
que envolvem bilhetagem eletrônica de gratuidade ou de bilhete único.
Atualmente, a Riocard processa esses dados dos ônibus e cada concessionária de
metrô e trem processa os seus. Para ele, com a unificação dos dados, o estado
terá uma visão melhor do sistema de transportes:
– Hoje o estado recebe de diversos órgãos parte das
informações, mas é difícil fazer uma consolidação e gerar resultado. Outra
grande vantagem é que os cartões de gratuidade, por exemplo, do idoso, do
estudante, do portador de doença crônica ou do deficiente, vai mudar. Ele não
vai precisar pegar o vale social em cada empresa. Um deficiente visual, por
exemplo, não pode ter três cartões diferentes para entrar num modal. A gente
vai unificar e fazer com todas as companhias tentem fazer melhor – disse o
secretário ao telejornal, acrescentando que o metrô já está utilizando o cartão
de crédito para a compra da passagem.
Vieira avaliou que, ao abrir a licitação e a competição
entre empresas, haverá uma melhoria na prestação dos serviços. Ele disse que
além do Riocard, espera que os cartões do Metrô e da Supervia sejam usados, no
futuro, também em outros modais.
– Com isso, o usuário vai poder escolher onde comprar seus
créditos. Tenho certeza que o sistema melhora, o usuário se beneficia. E o
estado, com mais informações, pode tomar decisões mais inteligentes de
alocações de transportes – disse o secretário.
O secretário disse ainda que vai se criar uma plataforma que
vai permitir também que as empresas criem novas integrações. O metrô, citado
por ele, criou novas integrações adicionais com o BRT nas estações de
integração. Com a nova modalidade dos cartões, as empresas vão poder fazer
acordos privados. Vieira disse que já se está estudando a inclusão do VLT no
Bilhete Único. O sistema de barcas perdeu muitos passageiros porque outros
modais ficaram afastados e isso vai ser corrigido também.
– Transportes de menor capacidade, como ônibus, VLT e vans
vão se adaptando para que a gente possa promover melhorias e um sistema
integrado – disse o secretário.
Vieira relatou que conversou com empresas como Metrô Rio e
Riocard, que se mostraram favoráveis a dar mais visibilidade às operações do
Bilhete Único.
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