MT busca R$ 1,5 bi com concessão de rodovias

O governo de Mato Grosso busca investimentos privados de
cerca de R$ 1,5 bilhão na primeira fase de um programa de concessões para a
construção e a operação de estradas na maior região produtora de grãos do País.

O Estado vai conceder um total de 3.125 km de rodovias até o
fim do ano que vem. A primeira fase abrange 525 km, divididos em três trechos
nas regiões de Alto Araguaia, Alta Floresta e Tangará da Serra. Os concorrentes
pelas licenças terão de se comprometer a investimentos adicionais de R$ 1,6
bilhão a serem feitos ao longo de 30 anos na conservação da malha.

“A infraestrutura é o maior obstáculo para o desenvolvimento
do Centro-Oeste, precisa diminuir o gargalo. Não há recursos sobrando no Estado
ou na União, mas temos de criar uma alternativa”, diz o governador Pedro Taques
(PSDB).

Sem dinheiro em caixa para tocar as obras por conta própria,
o governo aposta em um modelo de outorga com taxa de retorno pouco acima da
Selic. A concessão das estradas estaduais é considerada estratégica pelo
governo de Mato Grosso, maior produtor de soja, milho e algodão do Brasil.

O Estado teve crescimento exponencial de 11% ao ano da
produção agrícola no período de 1990 a 2017. “Ainda tem potencial para aumentar
a produção no futuro”, diz o secretário estadual de Infraestrutura e Logística,
Marcelo Duarte.

“Em algumas regiões do interior, terras férteis não são
cultivadas por falta de infraestrutura. O produtor não se dispõe a expandir a
fronteira agrícola se ele não tiver boas estradas para poder escoar a
produção.”

No ano passado, o custo de transportar soja de Mato Grosso
para a China, pelo Porto de Santos, foi de US$ 92,12 a tonelada, segundo
relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Saindo dos Estados
Unidos, a mesma tonelada tinha custo médio de US$ 64.

Segundo o secretário, o edital com a primeira fase do
projeto de concessões deve ser lançado ainda em novembro e, com grandes
empresas investigadas pela Lava Jato, deve atrair interessados de médio porte.
“Temos o exemplo negativo da BR-163 aqui no Estado, em que o modelo de
concessão foi feito por menor tarifa e dependia de crédito subsidiado. Estamos propondo
uma alternativa.”

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