Após mais de
um mês de greve, o presidente Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região
(TRT/10), Pedro Luís Foltran, marcou o julgamento do dissídio coletivo do
Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô) para a próxima segunda-feira (18/12), às
14h. Com o julgamento, o usuário do transporte público espera, enfim, o retorno
integral das atividades do metrô.
A relatoria
do processo ficou com o desembargador André Damasceno. É ele quem vai analisar
o processo antes do julgamento da Primeira Seção Especializada do tribunal,
composta por sete desembargadores além do presidente do vice do TRT/10. Em
princípio, no entanto, ele deve avaliar apenas se há ou não abusividade na
greve.
Por
enquanto, não há previsão de término da greve. Nenhuma das partes chegou a um
acordo que pusesse um fim ao impasse. O Ministério Público do Trabalho (MPT)
também tentou uma conciliação, mas nem mesmo os promotores conseguiram
convencer sindicato e estatal.
O único
consenso que o Metrô/DF e a categoria tiveram só foi possível porque o TRT/10
determinou, sob pena de pagamento de multa, o funcionamento mínimo de 75% do
efetivo nos horários de pico e 30% nas demais escalas. Os trens chegaram a
ficar cinco dias completamente fora de circulação, no início da greve.
Mesmo com
parte dos trens em funcionamento, problemas técnicos e lentidão levaram o
passageiro a perder a paciência nas estações do DF. Quando uma pane
interrompeu, momentaneamente, o fluxo das composições, um quebra-quebra
danificou as janelas de ao menos três vagões na segunda-feira passada (4/12).
O impasse
também prejudica o caixa do Metrô/DF. A estatal deixou de arrecadar R$ 6
milhões com a greve. Enquanto o conflito continua, o Departamento de Estradas
de Rodagem (DER/DF) liberou as faixas exclusivas para ônibus na EPTG e na EPNB
até o fim da greve.
Impasse se
arrasta há três anos
A greve do
metrô completou um mês, mas a queda de braço entre o Sindmetrô e a estatal é
antiga. A categoria reivindica a contratação de 631 funcionários aprovados em
concurso público em 2014, 300 deles para cadastro de reserva.
Além disso,
os metroviários pedem reajuste de 8,4% na folha salarial, de acordo com
atualização de 2015 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Por meio
da assessoria de imprensa, o Metrô/DF responde que o caso “já está
judicializado” e, por isso, aguarda definição da Justiça sobre as
reivindicações.
Greves no
transporte irritam o brasiliense
A greve do
metrô encerra um ano difícil para o usuário do transporte público do Distrito
Federal. Somente em agosto, os rodoviários tiraram os ônibus de circulação do
DF em duas paralisações relâmpago. A categoria também cruzou os braços em maio.
O Sindicato
dos Rodoviários e o Governo do Distrito Federal somente conseguiram entrar em
um acordo em setembro, quando a categoria aceitou a proposta de reajuste feita pelo
GDF. O embate também foi intermediado pelo TRT/10.
Isso não
evitou, porém, que funcionários da viação Pioneira e do BRT parassem as
atividades em 14 de novembro. O conflito só não tomou proporções maiores porque
o próprio Sindicato dos Rodoviários se reuniu com os representantes da empresa
e com os grevistas.
Além das
reivindicações locais, ônibus e metrô pararam nos dias em que centrais
sindicais convocaram greve geral no país, em abril e em junho.
Leia mais: Trabalhadores
dos trens do Subúrbio param por 24h nesta terça-feira
Seja o primeiro a comentar