O
governo do Paraná retomou as aspirações de implantar uma nova ferrovia que
ligaria o Porto de Paranaguá ao Mato Grosso do Sul. A ideia é que o novo modal
venha a se consolidar como um “corredor de exportação”, em alternativa
logística que supere o gargalo ferroviário. Uma estimativa da Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT) aponta que a linha ferroviária – que teria
cerca de mil quilômetros de extensão – custaria mais de R$ 10 bilhões.
A
Ferroeste – sociedade de economia mista ligada do governo do Paraná – iniciou
uma série de consultas públicas, com o objetivo de debater a proposta com a
sociedade civil e receber eventuais sugestões ao projeto. Após essas
audiências, o governo deve lançar uma proposta de manifestação de interesse
(PMI) para escolher a empresa que queira executar um estudo de viabilidade
técnica, para implantar a ferrovia.
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“Nosso
objetivo é acabar com essa discussão em que cada um fala o que acha. É termos
um estudo técnico e demanda, que aponte qual a melhor forma de tirar esse
projeto do papel, que aponte qual será o impacto econômico”, disse o presidente
da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo. A expectativa é de que o estudo
custe R$ 25 milhões, bancados pela empresa escolhida a partir da PMI. “Quando
houver a concessão, os concessionários fazem o ressarcimento ao responsável
pelo estudo”, explicou Araújo.
Trechos
Em
princípio, o projeto leva em conta dois trechos. O primeiro prevê a implantação
de cerca de 400 quilômetros de linha férrea, entre o Porto de Paranaguá e
Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná. A proposta é de que haja um novo traçado,
paralelo à rodovia BR-277. Com isso, a nova ferrovia não usaria o trecho da
ferrovia histórica, que liga o Litoral a Curitiba e que continuaria sendo
explorado para fins turísticos.
O
segundo trecho contempla a construção de 350 quilômetros de trilhos, entre
Cascavel e Dourados, no Mato Grosso do Sul, passando por Guaíra, no Oeste do
Paraná. Com este traçado, a Ferroeste espera absorver a demanda logística do
Paraguai (via Guaíra) e do Mato Grosso do Sul. A expectativa é de que o modal
sirva para escoar não só a crescente safra de grãos, mas também da indústria
pecuária.
“O
Oeste do Paraná, sozinho, perde R$ 330 milhões por ano, por falta de estrutura
logística por ter que usar o transporte rodoviário para exportar sua produção.
Então o investimento da implantação deste corredor ferroviário é muito pequeno,
é nada, diante do retorno”, apontou Araújo.
Iniciativa
privada
A
ideia do governo é implantar o corredor ferroviário por meio da iniciativa
privada. Para isso, o primeiro trecho (entre Paranaguá a Guarapuava) seria
explorado por meio de uma concessão estadual. O segundo trecho (entre Cascavel
a Dourados) seria administrado por subconcessão da Ferroeste.
Segundo
o cronograma, o governo espera ter em mãos o estudo de viabilidade técnica em
um ano – até o segundo semestre de 2018. A partir de então, o Paraná deve
definir aspectos técnicos da licitação.
Trecho
1
Guarapuava-Paranaguá – 400 quilômetros de
ferrovia, descendo a serra paralelamente à BR-277. Trecho ficará sob concessão
estadual. Construção
Trecho
2
Guarapuava-Cascavel – revitalização do
trecho de 250 quilômetros já existente. Subconcessão da Ferroeste.
Revitalização
Cascavel-Dourados (MS) – 350 quilômetros de
ferrovia. Subconcessão da Ferroeste. Construção
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