Cultivo de soja em área desmatada da Amazônia cresceu 27%

O cultivo de
soja em áreas desmatadas da Amazônia cresceu 27% na safra 2016/17 (encerrada em
junho passado) na comparação com o ciclo 2015/16, atingindo 47,365 mil
hectares. Apesar do crescimento, essa área representa apenas 1,2% da área de
desmatamento do bioma amazônico e 0,1% da área de soja cultivada no Brasil.

Os dados,
divulgados ontem no Ministério do Meio Ambiente, integram a Moratória da Soja,
iniciativa entre produtores, indústria processadora da oleaginosa e governo,
com base em imagens de satélite que mapeia desde 2006 áreas desmatadas nos 89
municípios que produzem soja na Amazônia Legal – engloba regiões de Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá, Amazonas e Tocantins.

Entre os
Estados inseridos no bioma amazônico, o Mato Grosso – líder nacional na
produção de soja – teve a maior participação no plantio da oleaginosa em áreas
desmatadas, num total de 36,1 mil hectares ou 76,2% da área desmatada com soja
na Amazônia. Em seguida, aparecem o Pará, com 7,4 mil hectares (15,7% do
total), Maranhão, com 2,2 mil hectares (4,7%), e Rondônia, com 1,6 mil hectares
(3,4%).

Segundo
Bernardo Rudorff, diretor-executivo da Agrosatélite, empresa que faz os
levantamentos por satélite junto com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), a expansão de área de soja, ainda que muito
pequena, está relacionada ao aumento do plantio da cultura na região amazônica
– a área cultivada com soja na Amazônia Legal triplicou para 4,5 milhões de
hectares desde a safra 2006/07, quando foi lançada a moratória.

Já o
ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, ponderou que descumprir a Moratória da
Soja não necessariamente é sinônimo de desmatamento ilegal. De acordo com a
legislação ambiental brasileira, só é considerado crime quando se desmata mais
do que 20% de uma propriedade na Amazônia. Nas áreas onde moratória da
soja foi implementada nos últimos 11 anos, houve desmatamento praticamente
zero, disse.

Paulo
Adário, estrategista sênior de Florestas da ONG Greenpeace Brasil, admitiu que
nem todos os sojicultores da região amazônica estão de acordo com a moratória e
que há um pequeno desrespeito.

O dirigente
do Greenpeace disse que ainda não foi acesa a luz amarela para uma
situação mais preocupante. E frisou que 17 indústrias e redes de restaurantes e
supermercados, como McDonald’s e Carrefour, não compram derivados de soja
oriundos de fazendas que desmatam.

Temos
que ficar mais atentos mesmo ao comportamento dos produtores, mas não chegamos
à perfeição e o importante é que a moratória é um exemplo muito positivo nesse
cenário de turbulência política que vivemos, acrescentou Adário,
lembrando que há mais desmatamento no cerrado brasileiro atualmente que na
Amazônia.

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