Minério ferro representará 70% do resultado em 2 anos, prevê Vale

O novo presidente da Vale, Fabio
Schvartsman, quer dar maior diversificação à geração de resultados da
companhia, diminuindo a dependência do minério de ferro. No terceiro trimestre
do ano passado, 88% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) da empresa, maior produtora da commodity, veio da área de
ferrosos. Nos próximos dois anos, disse o executivo, a participação nos resultados
deve cair para 70%.

“Umas das nossas missões é dar maior
atratividade à área de base metals (metais não ferrosos0”, declarou
Schvartsman, em evento do Credit Suisse realizado em São Paulo. “Nossa operação
de cobre vai bem, o que significa que o que temos de fazer, na verdade, é
arrumar a operação de níquel.”

Na área de logística, o presidente da
Vale ressaltou a importância de permanecer com a participação especialmente na
VLI, que divide com Brookfield, Mitsui e FI-FGTS. Hoje a Vale tem cerca de 38%
do negócio. “Queríamos voltar a ter a participação total da VLI”, disse
Schvartsman. “Mas, nas conversas com os outros acionistas, acreditamos que
nenhum tenha a intenção de vender.

 

Prêmio

 

O prêmio que principalmente as
siderúrgicas chinesas estão pagando por um minério de ferro de maior
concentração — e com menos impurezas —, por questões ambientais e de eficiência
das usinas, provavelmente é uma mudança do mercado transoceânico que “veio para
ficar”, disse Schvartsman.

Ele lembrou que, nos últimos meses,
essa diferença entre o produto mais puro tem se sustentado fortemente em ao
menos US$ 15 por tonelada. Para o executivo, dificilmente haverá uma queda
considerável nesse prêmio. “Os preços em geral das commodities têm se
sustentado bem”, afirmou. “O minério de ferro ainda tem essa particularidade,
que é a poluição. O Brasil entra nesse processo pela porta da frente, porque
Carajás [PA] tem o minério em grande quantidade com maior teor do mundo,
perfeito para as siderúrgicas chinesas.”

 

Dívida

 

O presidente da Vale afirmou que,
alcançando a meta interna de reduzir o endividamento líquido para US$ 10
bilhões antes do cronograma inicial, em meados deste ano, não faria sentido
para o equilíbrio econômico-financeiro da companhia cortar ainda mais a dívida.

Ele lembrou que o balanço de 2017, a
ser apresentado no fim de fevereiro, já trará uma cifra “desatualizada” das
obrigações financeiras, dado que ainda não contabilizará a entrada de caixa com
a venda da área de fertilizantes para a Mosaic e a chegada dos recursos do
“project finance” do corredor de Nacala, em Moçambique. No total, são mais US$
4 bilhões em caixa.

De acordo com o executivo, o dinheiro
desse financiamento da operação de carvão que divide com a japonesa Mitsui
provavelmente será embolsado “nas próximas semanas”.

Sobre a nova política de dividendos —
Schvartsman já declarou que pretende distribuir mais recursos a seus acionistas
—, ele disse em evento realizado pelo Credit Suisse em São Paulo, que qualquer
provento dependerá da geração de caixa. A base a ser levada em conta para se
pagar ou não os investidores é essa porque o resultado líquido contábil é muito
instável por conta do endividamento em dólar, especialmente, lembrou o
executivo.

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