Polícia apreende caixa-preta de trem que descarrilou em Milão

Investigadores do Ministério Público de Milão
apreenderam a “caixa-preta” do trem da companhia Trenord que descarrilou nesta
quinta-feira (25), entre as cidades de Pioltello e Segrate, no norte da Itália,
deixando ao menos três mortos e 46 feridos.   

A Procuradoria também sequestrou os vagões da
composição e todos os documentos que dizem respeito à manutenção naquele trecho
da linha. Também foi encontrado um pedaço do trilho que mede 23 centímetros e
que se soltara do restante da estrutura. A peça foi achada a 20 metros do local
onde deveria estar, a um quilômetro da estação de Pioltello.   

O trem, que tinha seis vagões e levava 350
passageiros, a maioria migrantes pendulares, partira da cidade de Cremona, às
5h32 locais, e tinha como destino final a estação de Piazza Garibaldi, em
Milão, às 7h24. O descarrilamento ocorreu na altura do bairro de Seggiano, em
Pioltello, às 6h57.

Devido ao acidente, os serviços ferroviários da
região da Lombardia sofreram alterações ou cancelamentos. As autoridades
investigam as causas do descarrilamento, já que os vagões que saíram dos
trilhos foram os centrais, e não os iniciais, como é comum em acidentes do
tipo.   

Nas próximas horas, o Ministério Público deve
inscrever os responsáveis pela segurança da empresa Rete Ferroviaria Italiana
na lista de investigados. Até o momento, a hipótese do inquérito é de “acidente
ferroviário culposo” (quando não há a intenção de cometer o crime).  

A suspeita é que o pedaço de trilho destacado tenha
causado o desastre, já que o motor e o primeiro vagão conseguiram passar pela
falha, mas os outros quatro carros descarrilaram. O comboio viajava dentro da
velocidade permitida para o trecho, que é de 100 quilômetros por hora.

Quando senti que o trem vibrava muito, acionei o
freio imediatamente, mas era tarde demais, já tinha saído dos trilhos”, disse o
maquinista para os investigadores. Além disso, a composição cruzou a estação de
Pioltello soltando faíscas, como mostra uma câmera de segurança do local, o que
indica que ela já estava fora dos trilhos. O trem só parou ao se chocar contra
um poste de eletricidade, tombando os vagões.   

 “Expresso
minhas condolências aos familiares das vítimas e dos feridos”, disse o
primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, garantindo o empenho das
instituições para descobrir os responsáveis pelo acidente. “Devemos ser severos
ao garantir a segurança de nossos transportes, principalmente para quem os usa
para trabalhar todas as manhãs”, acrescentou.   

 Já o
ex-premier Silvio Berlusconi afirmou que o país está ““em dívida” em relação a
sua infraestrutura. “Temos uma discrepância com França e Espanha de pelo menos
50%, precisamos melhorar”, declarou.   

Vítimas – As três pessoas mortas na tragédia são
mulheres: Pierangela Tadini, 51 anos e residente em Vanzago; Giuseppina Pirri,
39, de Cernusco sul Naviglio; e uma terceira ainda não identificada. Cinco dos
46 feridos estão em estado grave.   

“Minha filha estava no telefone com minha esposa e
disse que o trem tinha descarrilado. Minha esposa pediu para ela escapar, mas
depois houve apenas silêncio”, declarou Pietro, pai de Pirri. “Fui até o local
do acidente e me disseram que ela estava presa dentro do trem. Depois me
falaram que ela não tinha resistido”, acrescentou.     

Pirri se lamentava com os pais que os trens para
Milão estavam sempre “quebrados e lotados”. Em 23 de julho de 2016, outro
comboio da Trenord já havia saído parcialmente dos trilhos em Pioltello, mas
sem deixar feridos.   

Nesta quinta, a empresa chegou a se desculpar por
um “inconveniente técnico”, mas o termo gerou fúria nas redes sociais. (ANSA)

Leia Mais:

 

Descarrilamento
de trem em Milão deixa 3 mortos e mais de 100 feridos

Três mulheres morreram, e mais de 100 pessoas
ficaram feridas, 12 gravemente, quando um trem regional descarrilou nesta
quinta-feira (25) de manhã, perto da cidade italiana de Milão – anunciou uma
fonte dos serviços de resgate.

 

O descarrilamento aconteceu por volta das 7h (4h,
horário de Brasília) nos arredores dessa cidade do norte da Itália, disse a
diretora regional dos serviços de socorro em Milão, Cristina Corbetta, à Sky
TG24.

 

Um dos vagões ficou atravessado na via, e bombeiros
e socorristas precisaram trabalhar durante horas para cortar os ferros
retorcidos e retirar os passageiros presos.

Os feridos eram retirados de maca, e aqueles em
estado mais grave eram atendidos em um campo próximo.

 

Três helicópteros evacuaram os feridos, enquanto
outro sobrevoava a área.

 

Coberto com uma manta térmica e usando máscara de
oxigênio, um desses feridos foi transferido para um dos helicópteros.

As primeiras imagens divulgadas pelos bombeiros
mostravam pelo menos um passageiro bloqueado em seu assento, entre a chapa do
teto e a parede do vagão, deformada pelo choque.

 

Segundo um diretor da Rede Ferroviária Italiana
(RFI), o acidente poderia ter ocorrido devido a uma ruptura de uma das vias a 1
km do local do acidente.

 

– ‘Socorro, mãe!’ –

Uma mãe contou ao jornal “La Repubblica” que sua
filha telefonou para ela exatamente na hora do acidente.

 

“Mãe, socorro, o trem está descarrilando!”, disse a
filha.

 

Segundo os depoimentos dados aos jornais italianos,
o trem começou a tremer de repente, como se passasse por cima de pedras.
Depois, freou de forma brutal, e o veículo saiu dos trilhos. Apenas os vagões
intermediários do comboio se descarrilaram.

 

A Procuradoria de Milão abriu uma investigação e,
de acordo com a imprensa, o maquinista já está sendo interrogado.

 

O episódio aconteceu nas imediações de Segrate, um
subúrbio no nordeste de Milão e uma das últimas paradas até chegar ao centro da
cidade. O trem regional saiu de Cremona às 5h32 locais (2h32, em Brasília) e
deveria chegar a Milão às 7h24 (4h24, em Brasília).

 

O papa Francisco se declarou “profundamente
entristecido” pelo drama e declarou que rezaria pelas vítimas.

 

Os passageiros eram, sobretudo, pessoas que seguiam
para o trabalho na capital econômica italiana e estudantes.

 

Composto de seis ou oito vagões, segundo fontes
consultadas pela AFP, esse trem integra a companhia regional lombarda Trenord,
que pertence ao grupo público Trenitalia e à Ferrovie Nord Milano FNM, uma
empresa ferroviária que opera principalmente no norte da península.

 

Às 8h locais (5h, horário de Brasília), Trenord
informou os passageiros sobre a interrupção do serviço por “um problema técnico
em um trem”, o que provocou duras críticas nas redes sociais.

 

Este é o mais grave acidente desde a catástrofe
ferroviária que deixou 23 mortos em julho de 2016 em Puglia, no sul do país.

 

Fonte: IstoÉ

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