Com o objetivo de buscar solução para o retorno do
funcionamento da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), operada pela empresa VLI, que
suspendeu o serviço de transporte de contêineres no trecho que liga Anápolis à
Sumaré (SP), desde novembro passado, na última segunda-feira, dia 22, foi
realizada uma mesa-redonda com a participação do secretário Estadual de
Desenvolvimento, Francisco Pontes, representando o governador Marconi Perillo,
da senadora Lúcia Vânia, do prefeito de Anápolis, Roberto Naves, do
representante da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Ademir
Batista Castorino, e do diretor de Operações do Porto Seco Centro-Oeste,
Everaldo Fiatkoski.
Na ocasião, o secretário de Desenvolvimento, Francisco
Pontes, ressaltou a importância da retomada do transporte de contêineres para o
desenvolvimento econômico do Estado. Segundo Pontes, o Estado tem dialogado com
os empresários e está sensibilizado pelas dificuldades impostas a partir da
interrupção das operações da FCA.
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“São mais de 700 contêineres por mês que deixam de ser
transportados via ferrovia todos os meses. A todo momento recebemos empresários
e vamos em busca de empresas que possam se instalar em Goiás, e um dos nossos
principais argumentos de atração é a logística. Não queremos confronto com a
VLI, mas não podemos ser omissos em uma ação que prejudica o desenvolvimento
econômico de nosso Estado”, frisou Pontes.
O prefeito de Anápolis, Roberto Naves, avaliou como
irresponsável a decisão unilateral da VLI em paralisar o transporte de
contêineres. “Quando você assume a responsabilidade em participar de um
processo de concorrência e licitação, quando você adquire direito através de
uma concessão de prestar um serviço, você tem que arcar com o ônus e com o
bônus. Esta concessão que foi dada a VLI previa este tipo de transporte e a sua
suspensão prejudica não só Anápolis, mas todo o Estado de Goiás”, disse Naves.
A senadora Lúcia Vânia foi efusiva ao cobrar da ANTT uma
posição para o caso da VLI. “A indignação do prefeito Roberto Naves reflete o
sentimento de toda uma população. Não podemos mais aceitar que a ANTT se
silencie com questões tão importantes para o Estado de Goiás. Não podemos
entender o transporte ferroviário ser interrompido sem haver nenhuma
manifestação da ANTT. Queremos que a ANTT faça cumprir o que está definido no
contrato de concessão” exigiu a Senadora.
O representante da ANTT, Ademir Batista Castorino, explicou
que a agência já instaurou um Processo Administrativo visando esclarecer o
fato, segundo ele a a FCA já foi demandada a prestar esclarecimentos. “Reitero
o compromisso da ANTT em ouvir e buscar esclarecimentos. Temos que seguir um
rito processual, pedimos desculpas pela demora, mas temos mecanismos
regulatórios a serem seguidos”, disse Castorino.
O primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias de
Goiás (Fieg), Wilson de Oliveira, também questionou os valores do transporte
ferroviário. “A indústria precisa de competitividade, que significa preço e
qualidade. Hoje temos um modal ferroviário sem funcionar e quando funciona
custa mais que o rodoviário”, ressaltou.
Ao final do encontro o prefeito de Anápolis solicitou à
senadora Lúcia Vânia que reúna a bancada goiana do Senado e Câmara dos
Deputados, para levarem o assunto ao Presidente da República.
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