Bunge anuncia fim do negócio global de açúcar

A americana Bunge anunciou nesta
quarta-feira, 14, que vai encerrar seu negócio global de comercialização de
açúcar. O anúncio foi feito pelo presidente global da companhia, Soren
Schroeder, durante apresentação dos resultados de 2017. A unidade de açúcar e
bioenergia da Bunge teve prejuízo de US$ 53 milhões no ano passado. “É um
negócio muito competitivo”, definiu Schroeder. A empresa já tem interessados na
compra da unidade, disse o executivo.

Com a venda, a gigante americana
passará a se concentrar no setor de grãos, que tem se mostrado mais lucrativo.
“Vemos sinais positivos de que as condições de processamento de soja estão
melhorando, apoiando nossa expectativa de que todos os segmentos mostrem
crescimento de lucros em 2018”, disse Schroder, na teleconferência.

A Bunge entrou como comercializadora
de derivados de cana de açúcar em 2006, e desde então construiu uma forte
posição no segmento. A empresa está entre as líderes no processamento de cana
do Brasil e opera oito usinas com capacidade combinada de mais de 20 milhões de
toneladas por ano.

De acordo com Schroder, a unidade de
açúcar da companhia no Brasil pode continuar fazendo a gestão de seu próprio
risco de preço sem a auxílio da operação de trading. A Bunge ainda está
estudando opções para seu negócio de açúcar no Brasil, que incluem uma venda ou
um fatiamento das operações.

Megafusões. O presidente da Bunge
também afirmou que megafusões, que vão criar companhias ainda maiores, não
devem resolver os problemas atuais das tradings. “A rentabilidade é determinada
principalmente pelo modo como você opera”, disse Schroeder, argumentando que
somente ganhar escala não é suficiente para tornar o negócio mais saudável.

Após cinco anos de safras robustas na
América do Norte e a perspectiva de outra colheita volumosa na América do Sul,
o executivo classificou o ambiente de mercado como “muito desafiador”. “A Bunge
e todo o setor estão tentando se adaptar a um novo ambiente.”

Segundo fontes de mercado, rivais como
a Archer Daniels Midland (ADM) e a Glencore teriam abordado a Bunge para uma
eventual aquisição. Schroeder não quis comentar essas eventuais ofertas. A
Glencore já havia se aproximado da Bunge no ano passado, mas a proposta da
concorrente foi rejeitada pela companhia.

Fonte:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*