Grupo Votorantim sai de 2 negócios tradicionais no ano do centenário

O ano do
centenário do grupo Votorantim, 2018, é marcado pela saída de dois negócios no
Brasil — produção de aços longos e celulose. A venda da siderúrgica, em 2017,
só foi recentemente aprovada pelo Cade, órgão antitruste brasileiro. Ontem à
noite foi fechada a alienação de sua participação de controle na Fibria, maior
produtora mundial de celuloce de eucalipto, para o grupo Suzano.

São dois
negócios tradicionais na companhia da família Ermírio de Moraes, fundada em
1918, na cidade de Sorocaba (SP), por Antônio Pereira Ignácio. Suas atividades
eram de produção têxtil, exploração de minas de calcário e ferrovia.

Sob o
comando do genro José Ermírio de Moraes, em 1936 entrou na atividade cimenteira
e no ano seguinte passou a fazer aço na Siderúrgica Barra Mansa, no Rio de
Janeiro. O negócio de celulose surge no fim dos anos 80 e ganhou corpo com a
criação da Fibria em 2009, fruto da fusão de Votorantim Celulose e Papel (VCP)
com a Aracruz.

Desde 2008,
a Votorantim saiu de vários negócios, erguidos ao longo da história do grupo.
Principalmente no período da terceira geração — comandada por José Ermírio de
Moraes Filho e Antônio Ermírio de Moraes. Eles estiveram à frente dos negócios
até 2001.

Nos últimos
dez anos foram vendidas a Nitroquímica, a participação na Usiminas (aços
planos), a distribuidora de energia CPFL, a Votucel (fios), empresas de
biotecnologia e metade do Banco Votorantim, entre outros.

Na gestão
dos filhos e sobrinhos dos dois patriarcas, o grupo se internacionalizou. O
processo foi iniciado em 2001, com a atividade cimenteira. Nos anos seguintes
comprou ativos de mineração e metalurgia de zinco no Peru e também duas
siderúrgicas de porte médio na Colômbia e Argentina.

Esses dois
ativos de aço, como os do Brasil, deverão ser vendidos tão logo surgirem
ofertas interessantes por eles.

Há dois
anos, o grupo criou uma empresa dedicada à geração de energia eólica. É um ramo
no qual pretende crescer e se tornar um grande competidor.

Com
faturamento anual na casa de R$ 26 bilhões, a Votorantim — sob a gestão da
quinta geração dos Ermírio de Moraes — mantém em seu portfólio as áreas de
cimento, zinco e polimetálicos, alumínio, energia, suco de laranja e finanças.
Metade da receita é gerada no Brasil e a outra metade de operações e vendas ao
exterior.

Cimento,
zinco e alumínio respondem por quase 90% da receita da companhia. Finanças e
suco de laranja são operações compartilhadas, sem consolidação no balanço.

A
participação no banco também é tida como ativo disponível para uma potencial
alienação. A saída do negócio depende de interessados pelo ativo ou do próprio
sócio — Banco do Brasil.

Da família,
os representantes da quarta geração têm presença apenas no conselho de
administração da companhia. Alguns membros da quinta geração já ocupam lugares
no conselho da holding familiar, a Hejoassu, dona de 100% da Votorantim S.A., e
até em cargos em algumas das empresas.

 

– Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/5388819/grupo-votorantim-sai-de-2-negocios-tradicionais-no-ano-do-centenário


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