Vale quer atingir ‘autossuficiência’ em geração elétrica

A Vale vai buscar a autossuficiência
em energia elétrica. A mineradora considera que é importante, para a
competitividade da companhia, garantir a autoprodução do insumo. A Vale gasta
cerca de US$ 600 milhões por ano com energia elétrica, sendo dois terços dessa
conta no Brasil e um terço no exterior. Do consumo total da empresa, 60%
correspondem à produção própria da mineradora e 40% a contratos de longo prazo
com terceiros e a compras no mercado “spot” (à vista). Agora, a
empresa tem a intenção de chegar até 100% de produção própria de energia.

“É fundamental que a Vale tenha
controle total sobre o seu suprimento de energia e nessa direção vamos
prosseguir”, disse o diretor-executivo de finanças da empresa, Luciano
Siani Pires, ao comentar ontem os resultados financeiros da companhia em 2017.

Este trecho é parSiani disse que a
empresa pode, eventualmente, considerar algumas aquisições, mas a prioridade
deve ser mesmo o desenvolvimento de projetos. A compra de ativos impõe uma
dificuldade à empresa pelo fato de a maioria das usinas ter atrelados a elas
contratos com energia contratada. “O que interessa para a Vale são ativos
que ela própria.

O executivo não citou prazos nem
potenciais números de investimento no setor. Disse a analistas que os preços do
mercado “spot” de energia elétrica flutuam muito no Brasil,
dependendo das condições hidrológicas dos reservatórios. Admitiu ainda que a
empresa está “muito exposta” às oscilações de preços da energia elétrica,
e afirmou que os 40% do insumo que a Vale compra no mercado, para atender às
suas necessidades, custam cerca do dobro da geração própria. Esse número dá uma
dimensão da “oportunidade” que existe para a empresa aumentar a
autoprodução de energia elétrica.

A Vale já é sócia da Cemig na Aliança
Geração de Energia, empresa que começou a operar em 2015 e na qual a Vale
participa com 55% do capital. Segundo informações da Aliança em seu site, a
empresa tem um parque gerador formado por sete hidrelétricas que somam 1.158
megawatts (MW) de capacidade instalada.

Segundo Siani, a Vale já tinha
constatado a necessidade de ampliar a sua participação como autoprodutor de
energia elétrica, mas a empresa não tinha recursos financeiros para seguir com
essa estratégia. Agora a Vale está entrando em uma nova fase, na qual concluiu
os grandes investimentos e está conseguindo reduzir a dívida. Na
teleconferência sobre o resultado do ano passado, Siani afirmou que no esforço
de redução do endividamento a companhia vai voltar ao mercado para fazer
recompra de dívida. A mineradora tem diversos bônus emitidos com vencimentos
que vão até 2042.

“Temos bonds com diversos
vencimentos e vamos precisar recomprar”, disse Siani, sem entrar em
detalhes de quais seriam esses bônus, nem quando isso será feito. O executivo
disse que até meados de 2018 a Vale deverá ter reduzido sua dívida líquida para
US$ 10 bilhões, mas afirmou que o patamar do endividamento no fim do ano
dependerá da nova política de dividendos da mineradora, que deve ser aprovada
pelo conselho de administração da mineradora no fim de março. O presidente da
Vale, Fabio Schvart, disse que chegou o momento de a Vale retribuir aos
acionistas, via dividendos, pela “paciência” que tiveram no período
em que a empresa fez vultuosos investimentos.

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