Depois da união entre a Suzano e
Fibria, que criou a maior companhia de celulose do mundo, outro importante
negócio do setor está próximo de ser fechado. As negociações para a venda da
Lwarcel, do grupo Lwart, estão avançadas, apurou o ‘Estado’ com duas fontes a
par do assunto. O valor da operação, que pertence à família Trecenti e tem sede
em Lençóis Paulista (SP), é estimado entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,8 bilhão.
Com a saída da disputa da família Feffer,
dona da Suzano, que até então era tida como a favorita a levar o negócio, a
chilena Arauco, a portuguesa Altri e a asiática April são apontadas como as
principais interessadas. A espanhola Ence também estaria de olho no ativo,
segundo uma outra fonte. A transação deverá ser concluída ainda no primeiro
semestre.
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As negociações entre a Suzano e a
Lwarcel estavam firmes há alguns meses, mas desandaram quando as conversas
entre os Feffer e a Fibria foram retomadas. A Suzano estava negociando a compra
de 100% da companhia, apurou o Estado. Fontes afirmam que a família Trecenti
não descarta ficar com uma fatia minoritária do negócio fundado nos anos 1980.
Com capacidade de produção de 250 mil
toneladas, a companhia de celulose paulista tem um plano de expansão para
produzir mais 1 milhão de toneladas. Esse projeto, que será assumido pelo novo
controlador, é estimado em cerca de US$ 1,5 bilhão, de acordo com especialistas
de mercado. A compra da fábrica da Lwarcel esbarra, contudo, nas limitações
hídricas da região, segundo as mesmas fontes.
Último ativo relevante. O ativo da
Lwarcel é considerado estratégico para os investidores que ainda olham o Brasil
para fazer expansão. A consolidação com a Fibria colocou a Suzano em um outro
patamar, ao criar uma gigante global de celulose. Outra importante operação
fechada no ano passado no setor de celulose foi a compra da Eldorado pela
empresa Paper Excellence, da família indonésia Wadjaja. A Eldorado, que é
controlada pela holding J&F, dos irmãos Batistas, foi disputada por
importantes investidores que planejavam fazer expansão no mercado brasileiro,
um dos mais competitivos do mundo. O valor total do ativo foi avaliado em R$ 15
bilhões. A união entre Fibria e Suzano resultará em uma companhia de R$ 84
bilhões.
Procuradas, Arauco, Altri e Ence não
retornaram os pedidos de entrevista. A Lwarcel mantém o mesmo comunicado
divulgado no início do ano de que está em negociações com potenciais
investidores que poderão ser sócios da companhia.
Fundado em 1975, o grupo é referência
no País em rerrefino de óleo combustível, com aproveitamento de lubrificante
usado em automóveis e maquinários.
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