Obras do Bonde de Santa Teresa no Rio não têm previsão para acabar

O secretário
de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira, informou que, por falta de recursos
financeiros, as obras de expansão do bonde de Santa Teresa não têm previsão
para acabar.

A informação
foi passada, nesta quarta-feira (11/04), durante audiência pública realizada
pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga as irregularidades da gestão
pública no setor de transportes.

Segundo
Rodrigo, há planejamento, estudos e o desejo de concluir as obras, mas os
recursos ainda não chegaram. “Enquanto a expansão não é feita, estamos
trabalhando diariamente para oferecer um serviço com qualidade, com os cinco
bondes que operam no trecho que vai da estação do Largo da Carioca até a Praça
Odylo Costa Neto, passando pelo Largo dos Guimarães, trecho central e com mais
atrativos no bairro”, disse o secretário.

Atualmente o
custeio dos bondes é feito com recursos da tarifa turística, R$ 20 (ida e
volta). Esse valor cobre as despesas com conta de luz, troca de peças,
manutenção e carteirinha para garantir a gratuidade dos moradores do bairro.
“No primeiro trimestre desse ano, a receita com a utilização do bonde foi de R$
426.360,00, 42% superior ao mesmo período do ano passado”, apontou Rodrigo
Vieira. O secretário disse ainda que o número de passageiros transportados
também cresceu em relação ao ano passado. “Houve um aumento de 40% no volume de
passageiros. Nos últimos 15 meses, foram transportadas 300 mil pessoas, 25%
gratuitas”, disse.

Em 2011, o
bonde de Santa Teresa descarrilou, deixando cinco mortos e 57 feridos. Em 2012,
o governo publicou dois editais, um previa a construção de 9,8 quilômetros de
via e o outro, a compra de 14 bondes. Até o momento, menos de quatro
quilômetros foram finalizados e apenas cinco bondes comprados.

 

Moradores
contestam informações do secretário

 

Moradores do
bairro se mostraram insatisfeitos com a atual situação dos bondes. O presidente
da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Paulo Saad, disse
que não contemplar recursos no orçamento para finalizar as obras de expansão do
bonde é uma decisão política. “O que temos hoje é um sistema precário que tem
uma jornada diária pequena e um trecho limitadíssimo. Hoje o sistema de bondes
atende menos de 1/4 do que o bairro necessita”, reclamou.

Segundo
Saad, os 2.776 moradores cadastrados para utilizar gratuitamente o transporte
comprovam que o bonde não atende às necessidades do bairro. “Considerando que
se tem 40 mil domicílios em Santa Teresa, sem contar com as comunidades ao
redor, podemos perceber que esse transporte histórico, que tem a ver com a
identidade de Santa Teresa, hoje não contempla a população do bairro. No dia a
dia de trabalho ninguém pode esperar um intervalo de no mínimo 15 minutos para
se deslocar e o trecho de operação do bonde ainda é muito curto”, explicou.

 

Presidente
da CPI quer ouvir ex-secretário Julio Lopes

 

Presidente
da CPI, deputado Eliomar Coelho (PSol), convocou o deputado federal e
ex-secretário de Transportes, Julio Lopes, para uma oitiva nesta sexta-feira
(13/04). “Ainda não tivemos confirmação da presença do deputado. Para
avançarmos, é importante ouvirmos o que ele tem a dizer. Caso ele não compareça,
a comissão vai procurar o departamento jurídico da Alerj para saber que medidas
podem ser tomadas”, disse o parlamentar.

 

– Fonte: https://www.odiariocarioca.com/noticia-2018-04-12-obras-do-bonde-de-santa-teresa-nao-tem-previsao-para-acabar-9613533.carioca.html


 

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Fonte: O Diário Carioca

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