Passado o
nervosismo com o recrudescimento das tensões comerciais entre EUA e China, a
soja registrou recuperação no mercado futuro de Chicago ontem. Os contratos da
oleaginosa com vencimento em julho fecharam a US$ 10,42 o bushel, alta de 15,5
centavos. Com isso, a soja recuperou boa parte das perdas expressivas, de 22,75
centavos, registradas na quarta-feira.
Maior consumidor
mundial de soja, a China anunciou na última quarta-feira que irá taxar em 25% o
grão americano caso os EUA levem adiante o plano de taxar até US$ 50 bilhões em
produtos chineses. Analistas internacionais lembram, contudo, que o país ainda
não anunciou quando essas tarifas entram em vigor.
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Além disso, também
restam dúvidas de como será essa nova tarifação chinesa. Atualmente, a soja
americana já é taxada em 13% ao entrar na China, o que torna incerto se os 25%
serão somados aos atuais 13% ou se, com o novo imposto, a alíquota somará 25%
no total.
O banco alemão
Commerzbank destacou ontem em relatório que a maior parte da safra 2017/18 dos
EUA destinada à China pode já ter sido embarcada, uma vez que o comércio entre
os dois países se concentra entre os meses de outubro e março. No ano
passado, 85% do total da oferta americana de soja para a China já havia sido
enviada no fim de março. De abril em diante, os embarques caíram
significantemente, disse o Commerzbank. A partir daquele mês, a China
passou a adquirir a oleaginosa majoritariamente da América do Sul, sobretudo do
Brasil.
Contribuiu também
para a forte correção do mercado ontem a percepção de que a China já vinha
reduzindo sua dependência dos EUA, sobretudo após as declarações de Donald
Trump sinalizando uma possível guerra comercial. Outro ponto é que a
disponibilidade global da oleaginosa é limitada para cobrir a demanda chinesa
avaliada em 100 milhões de toneladas.
Segundo o último
balanço divulgado pelo serviço alfandegário chinês, foram importadas 5,4
milhões de toneladas de soja pelo país em fevereiro, 2,1% menos que no mesmo
mês de 2017. Do Brasil, foram 1,7 milhão de toneladas, sendo 154,1% mais que no
mesmo mês do ano passado. Dos EUA, foram 3,4 milhões de toneladas, volume 24,4%
inferior ao registrado em fevereiro de 2017.
Com a diminuição da
tensão nos mercados, os demais grãos também tiveram recuperação em Chicago. Os
contratos de milho com entrega para julho fecharam a US$ 3,9825 o bushel,
avanço de 8,5 centavos, enquanto o trigo para o mesmo mês fechou a US$ 4,8125 o
bushel, com alta de 8,25 centavos.
– Fonte: http://www.valor.com.br/agro/5434509/soja-recupera-parte-das-perdas-decorrentes-de-guerra-comercial
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