Empresa de reestruturação faz oferta por fatia da Odebrecht na SuperVia

O grupo
Starboard, empresa brasileira de reestruturação e investimentos em ativos em
recuperação, fez nesta terça-feira, 22, uma proposta firme para adquirir a
participação da Odebrecht na SuperVia, concessionária de transporte ferroviário
de passageiros do Rio. O ‘Estado’ apurou que a oferta foi feita por meio da
subsidiária Starboard Asset e, embora tenha sido direcionada ao grupo baiano,
pode se estender a 100% da empresa caso os demais acionistas se interessem pelo
negócio.

A Odebrecht
Mobilidade, empresa formada por Odebrecht Transport e Mitsui, detém 60% de
participação na concessionária – responsável pela operação de um dos maiores
sistemas ferroviários do País. Fontes próximas à concessionária afirmam que a
empresa japonesa tem prioridade na compra caso a Odebrecht decida vender a
participação. Procurada, a Mitsui não respondeu.

A Starboard
não é a primeira a entrar na disputa pela concessionária do Rio. O Mubadala,
fundo soberano dos Emirados Árabes, já havia negociado com a Odebrecht durante
meses, mas o grupo considerou a oferta baixa. Procurado, o Mubadala afirmou que
não comentaria o assunto. Um outro grupo de executivos do setor ferroviário,
apoiados por fundos de private equity, também chegou a negociar a compra da
empresa.

No ano
passado, a SuperVia – que detém 270 quilômetros de malha ferroviária – faturou
R$ 670 milhões. A dívida da empresa é de quase R$ 1,4 bilhão – sendo cerca de
80% com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o
restante com outras instituições financeiras por meio de debêntures. A
concessionária atende diariamente cerca de 600 mil moradores do Rio de Janeiro
e de mais 11 municípios da região metropolitana.

Para a
Starboard, dizem fontes, o ativo é uma opção para aplicar recursos de um fundo
que somou, até agora, US$ 275 milhões – e deve chegar a US$ 325 milhões. Além
disso, em dezembro do ano passado, o fundo americano Apollo Global Management
comprou 20% da empresa brasileira. O fundo faz a gestão de US$ 249 bilhões em
ativos no mundo. Isso capitalizou a companhia para ir às compras, apurou o
Estado.

A
participação da Odebrecht na SuperVia foi adquirida em 2011, mas, com a crise
pela qual a empresa enfrenta, vários ativos foram colocados à venda. A
concessionária do Rio está debaixo do guarda-chuva da Odebrecht Transport (OTP),
braço de logística e mobilidade urbana da empresa. Desde o envolvimento na
Operação Lava Jato, a empresa já vendeu o terminal portuário Embraport e o
aeroporto Riogaleão, além de um parque eólico.

O grupo
tinha a meta de encerrar as atividades da OTP, de concessões, até o fim do ano
passado. O atraso na venda das concessões impossibilitou o plano. As conversas
com a Brookfield, que tem interesse em levar rodovias, estão demorando mais do
que o esperado. Vendas de outros ativos, como as hidrelétricas Chaglla, no
Peru, e Santo Antônio, no Brasil, também emperraram. Procuradas, Odebrecht e
Starboard não responderam. A SuperVia informou que esse é um assunto dos
acionistas.

Acordo. Após
acertar as linhas gerais do acordo de empréstimo de R$ 2,6 bilhões, bancos e
Odebrecht continuaram reunidos para fazer os arremates finais da negociação e
finalizar todos os pontos para a assinatura dos contratos. As reuniões
começaram às 9h e continuaram durante a noite.

Segundo
fontes próximas às conversas, seis cópias de 32 contratos de 50 páginas devem
ser assinados por representantes das instituições financeiras e da empresa. O
acordo já foi aprovado pelos comitês de crédito dos bancos. O processo de
assinatura teve início nesta terça. Nesta quarta-feira, 23, deverá ser protocolado
o registro das garantias.

 

– Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,empresa-de-reestruturacao-faz-oferta-por-fatia-da-odebrecht-na-supervia,70002320065


Fonte:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*



0