Enfim, nos
trilhos. Batizado de Rio-Minas nome inspirado numa reportagem do DIA sobre a
composição, em 2015, o primeiro trem turístico interestadual do Brasil já está
pronto para começar a operar em um ramal que passa por oito cidades dos dois
estados, unindo Três Rios (RJ) a Cataguases (MG). A estreia definitiva vai
acontecer no segundo semestre.
Segundo o
presidente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip)
Amigos do Trem, Paulo Henrique Nascimento, idealizador do projeto, serão duas
composições com 15 vagões no total duas locomotivas G12, uma unidade geradora
de energia, dois vagões lanchonete/restaurante, cinco para classe turística e
um para deficientes. O trecho terá 187 quilômetros e funcionará aos sábados,
domingos e feriados.
“Agora,
depois dos ajustes finais, falta pouco para que nosso sonho seja realizado.
Acreditamos que já no início do segundo semestre, o trem, que vai estimular o
turismo interestadual, começará a circular definitivamente. Vamos provar que os
trens turísticos são autossustentáveis”, adianta Paulo Henrique.
O Trem
Rio-Minas passará pelas estações dos municípios de Três Rios (RJ), Chiador
(MG), Sapucaia (RJ), Além Paraíba (MG), Volta Grande (MG), Recreio (MG),
Leopoldina (MG) e Cataguases (MG). Juntas, as cidades somam 900 mil habitantes.
“Uma composição fará o trecho Três Rios-Cataguases, enquanto outra
cumprirá o sentido inverso, ambas com partida às 9h. Elas vão se cruzar no meio
do percurso”, explica.
Cada trecho
deverá durar em torno de três horas, sendo que as duas composições terão
capacidade para transportar até 860 passageiros. “Os preços das passagens
ainda estão sendo estudados, mas já está decidido que os moradores dos oito
municípios pagarão menos, como forma de estimular o comércio entre essas
cidades”, avisa.
Empolgado,
Paulo Henrique conta que, até o fim do ano, o Rio-Minas pode ganhar extensão de
mais um ramal. Com cerca de 40 quilômetros, o futuro trecho teria,
inicialmente, três estações Santo Antônio de Pádua (RJ) e Palma e Recreio (MG).
“É o antigo ramal que chegava a Campos dos Goytacazes”, destaca,
lembrando que o nome inicial seria Trem da Terra, mas foi mudado para Rio-Minas
depois de citação feita pelo DIA.
O PROJETO
O Rio-Minas
ganhou vida graças à parceria entre Oscip, empresários, Inventariança da Rede
Ferroviária Federal, líderes dos governos estaduais, Associação Brasileira de
Preservação Ferroviária/Porto Novo, Agência Nacional de Transportes Terrestres,
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Ferrovia
Centro-Atlântica (Grupo Vale) e prefeituras. As composições foram compradas
pelo Supermercados Bramil, de Três Rios, que doou para a Oscip. “Ainda há
interesse de parcerias com outros empreendimentos, que poderão exibir suas
marcas na lataria”, comenta Paulo Henrique.
Promessa é
de gerar emprego e renda
Paulo
Henrique Nascimento garante que o Trem Rio-Minas vai ser responsável por
incrementar o turismo e gerar pelo menos 500 empregos diretos e indiretos nos
estados do Rio e de Minas. “São pessoas que vão trabalhar no trem, na
manutenção, nas estações de embarque e desembarque, e nas lojas de artesanatos.
O projeto fortalecerá também a agricultura familiar da região”,
contabiliza o presidente da Oscip.
Outro
benefício é a possível reativação da malha ferroviária em outro pontos do
Brasil. Conforme Paulo Henrique, trens necessitando de reformas para entrar em
operação não faltam. “A União nunca esteve tão interessada na reativação
deles. Por isso, temos insistido em parcerias”, ressalta ele,
acrescentando que uma luxuosa Litorina (vagão com motor próprio), fabricada nos
Estados Unidos há 57 anos, foi reformada e entrará em operação em Miguel
Pereira, no Sul fluminense.
– Fonte: https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/05/5541672-rio-e-minas-nos-trilhos-do-turismo.html#foto=1
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