Inaugurada em 1888, a estação de trens
Jaguara tem uma história emblemática. Localizada em Sacramento (MG), ela era ao
mesmo tempo o fim de uma linha ferroviária e o início de outra.
Maior que a média das estações, a
Jaguara estava estrategicamente posicionada, quase às margens do rio Grande, na
divisa entre Minas Gerais e São Paulo, e pertencia à Companhia Mogiana de
Estradas de Ferro.
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Construída em estilo inglês, a estação
hoje não tem mais trilhos e está totalmente abandonada, situação que se agravou
com o surgimento do lago da hidrelétrica Jaguara, criada no rio Grande no
início da década de 70.
Isso significou uma ruptura na linha
ferroviária, que ficou submersa e cortou a ligação entre a paulista Rifaina e a
mineira Sacramento. A própria cidade paulista foi reconstruída, já que a original
está debaixo d’água.
Com essa interrupção na rota, a
estação passou a ser uma das pontas do trecho ferroviário Jaguara-Uberaba. Mas,
desde então, o fluxo de passageiros, que já estava em queda desde a década
anterior, definhou cada vez mais, até a desativação em 1976.
Além da importância para o sistema
ferroviário, a região em que ela se encontra –o lado paulista, especificamente–
foi utilizada como base por tropas na Revolução Constitucionalista de 1932.
GRANDIOSA
Esse ex-símbolo de prosperidade
econômica ainda hoje abriga imóveis que compunham a vila ferroviária da
estação, mas as construções estão sucateadas e não têm mais, por exemplo, o
piso original.
Além da estação e da antiga vila
ferroviária, que abriga seis casas conjugadas, outras duas construções foram
erguidas em Jaguara.
Ela, apesar de já estar em solo
mineiro, era na verdade a última estação da chamada Linha do Rio Grande, que
surgiu dois anos antes na região de Ribeirão Preto.
Era, também, a primeira da Linha do
Catalão, que tinha como objetivo chegar até Goiás, o que nunca se concretizou.
As linhas da Mogiana foram construídas
entre 1873 e 1921, tendo como mola propulsora a produção de café nas fazendas
paulistas –em 27 anos, o transporte de café apresentou crescimento de 25 vezes.
Depois da quebra da Bolsa de Nova
York, em 1929, as exportações caíram e parte dos ramais ferroviários, já então
deficitários, começou a ser desativada.
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