A greve dos
caminhoneiros expôs a dependência do país em relação ao transporte rodoviário e
a falta de modais alternativos, como ferrovias. No Paraná essa dependência é
ainda maior. Segundo João Arthur Mohr, consultor de Infraestrutura e Logística
da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), enquanto o transporte de volumes
para a exportação por trens fica em torno de 35% na média dos principais
estados, no Paraná o índice chega a 18%.
O Paraná até
tem um projeto que aposta em cheio no modal ferroviário. O projeto prevê a
implantação de um total de mil quilômetros de linha férrea, em dois trechos
complementares. No primeiro, a ferrovia deve se estender por cerca de 400
quilômetros, ligando o Porto de Paranaguá a Guarapuava, no Centro-Sul do
Paraná. A ideia é de que haja um novo traçado, paralelo à rodovia BR-277. Com
isso, o trecho histórico – entre o Litoral e Curitiba – continuaria sendo explorado
para fins turísticos.
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O segundo
trecho contempla a construção de 350 quilômetros de trilhos, entre Cascavel e
Dourados, no Mato Grosso do Sul, passando por Guaíra, no Oeste do Paraná. Com
este traçado, a malha ferroviária deve absorver a demanda logística do Paraguai
(via Guaíra) e do Mato Grosso do Sul. A expectativa é de que o modal sirva para
escoar não só a crescente safra de grãos, mas também da indústria pecuária.
Nova
Ferroeste
Veja qual
será o traçado da extensão da ferrovia, segundo projeto do governo do Paraná
TRECHO 1
Guarapuava-Paranaguá
– 400 quilômetros de ferrovia, descendo a serra paralelamente à BR-277. Trecho
ficará sob concessão estadual. CONSTRUÇÃO
TRECHO 2
Guarapuava-Cascavel
– revitalização do trecho de 250 quilômetros já existente. Subconcessão da
Ferroeste. REVITALIZAÇÃO
Cascavel-Dourados
(MS) – 350 quilômetros de ferrovia. Subconcessão da Ferroeste. CONSTRUÇÃO
Custo total
estimado
R$ 10
bilhões
Distância
total
1 mil km de
trilhos
Em estudo
Quatro
consórcios foram selecionados pelo governo do Paraná, após terem apresentado
propostas de manifestação de interesse (PMI). O prazo foi de 270 dias para
elaborar um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental do
empreendimento. A estimativa é que cada estudo custe R$ 25 milhões, a serem
bancados pelas próprias empresas.
Neste mês de
junho, as empresas irão apresentar a proposta conjunta de traçado para a
ferrovia.
Após a
conclusão do estudo, o governo deve lançar um edital de licitação, para
escolher o consórcio que vai implantar o modal e, posteriormente, explorar a
concessão da ferrovia. As empresas vencedoras terão que financiar a construção
da linha, cujo custo está estimado em R$ 10 bilhões. Em contrapartida, o grupo
poderá explorar a concessão, pelo tempo a ser previsto em edital.
Os
consórcios
Franceses,
espanhóis e americanos estão entre os interessados pela nova ferrovia. Os
selecionados são: Consórcio Hab (empresas Bureau da Engenharia ECT Ltda, Hendal
e Advice Concultoria e Serviços); Consórcio SSSE (formado pela empresa
espanhola Sener Ingeneria e pelas nacionais Sener Setepla e Engefoto);
Consórcio Egis-Esteio-Copel (composto pela francesa Egis Engenharia e
Consultoria Ltda e pelas nacionais Esteio Engenharia e Aerolevantamentos S.A e
Copel); e o consórcio formado por Sistemas de Transportes Sustentáveis – STS,
Pullin e Campano Consultores Associados e Navarro Prado Advogados, pela
consultoria Millennia Systems, dos Estados Unidos, e pela EnVia Technologies
International.
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