Confira o que o Plano CNT de Transporte e Logística diz sobre o setor ferroviário brasileiro

O Plano CNT
de Transporte e Logística, desenvolvido pela Confederação Nacional do
Transporte, listou mais de 2.600 projetos que abrangem infraestruturas
aeroportuárias, aquaviárias, ferroviárias, rodoviárias e de terminais. Esse
conjunto representa um investimento mínimo de R$ 1,66 trilhão. Deste total, R$
744,3 bilhões são necessários somente para adequar a infraestrutura ferroviária
(carga e passageiros) do país. O estudo dividiu os projetos em duas áreas:
aqueles que estão no grupo de integração nacional (eixos estruturantes) e
aqueles destinados ao espaço urbano. 
“[Estes investimentos] encontram barreiras no planejamento deficiente,
na escassez de recursos disponíveis e na falta de priorização de ações e de
definição de objetivos e metas por parte do poder público”, diz o documento.

O estudo
traz ainda uma análise do setor ferroviário de carga. O total de carga
transportada em 2017 por todas as concessionárias correspondeu a 538.780.350
toneladas úteis (TU) – o que representa um crescimento de 29,9% em relação a
2007. A produção de transporte em milhões de toneladas-quilômetro útil (TKU),
por sua vez, foi de 375.239 – um crescimento de 45,9% em relação a 2007. No
mesmo período, a quantidade de locomotivas em circulação teve um aumento de 58,1%,
enquanto a de vagões aumentou 21,3%. No período de 2010 a 2017, o número de
acidentes por milhão de trem quilômetro teve uma redução de 28,7%.

No período
de 2006 a 2016, os investimentos acumulados realizados pelas concessionárias
corresponderam ao montante de R$ 43,64 bilhões. Tais recursos foram destinados
principalmente à via permanente – 44,9% do investimento total – e ao material
rodante – 26,2%. Quanto ao tipo de mercadoria transportada, o minério de ferro
destacou-se, em 2017, com a maior participação, em toneladas úteis – 77,3% –,
seguido da soja – 4,5% – e do milho – 3,3%.

Abaixo a
lista das principais intervenções necessárias na área ferroviária dentro do
grupo de Projetos de Integração Nacional (eixos estruturantes):

Eixo
Nordeste-Sul

Perpassa as
regiões Nordeste, Sudeste e Sul, com extremidades em Fortaleza/CE e Rio
Grande/RS. O eixo se desenvolve ao longo da BR-116 de Fortaleza/CE até Feira de
Santana/BA, seguindo por ferrovia até Belo Horizonte/MG – via ramal proposto
entre Feira de Santana/BA e Conceição da Feira/BA e malha da Ferrovia
Centro-Atlântica (FCA) – de onde continua, pela BR-381, com destino à cidade de
São Paulo/SP. Da cidade de São Paulo/SP, o eixo utiliza-se de trecho da BR-374
até Boituva/SP e, a partir daí, segue por ferrovia – Rumo Malha Sul (RMO) – até
Irati/PR, por rodovia de Irati/PR a Porto União/PR (pela BR-153 e pela BR-476)
e, novamente, pela malha da RMO até Rio Grande/RS. Com relação às ligações
complementares – infraestruturas que ligam eixo a outros pontos no território
–, destacam-se a construção da Ferrovia Nova Transnordestina na Região
Nordeste, do Trem de Alta Velocidade (TAV) de Belo Horizonte/MG a Curitiba/PR e
do Corredor Ferroviário de Santa Catarina.

Eixo
Litorâneo

Construções
do Trem de Alta Velocidade (TAV) Rio – São Paulo, da Ferrovia Rio de Janeiro –
Vitória, da Ferrovia Litorânea Sul, além de eliminações de gargalos ao longo
dos trechos ferroviários que possuem conexão com o eixo.

Eixo
Norte-Sul

Os
principais projetos complementares ao eixo são os relacionados à Ferrovia
Norte-Sul, em sua extensão norte – até Barcarena/PA e via ramal de Curuçá/PA –
e no trecho centro-sul – desde Goiás até o Rio Grande do Sul. O traçado dessa
ferrovia interliga todas as regiões do país, sendo uma alternativa importante
para o escoamento da safra agrícola para exportação. Também se destacam a
Ferrovia Paraense, a ligação ferroviária de Palmeirante/TO a Ribeirão
Cascalheira/MT e a Ferrovia do Pantanal (no Mato Grosso do Sul), entre outras
intervenções ferroviárias.

Eixo
Centro-Norte

Construção
de uma ligação ferroviária entre Cuiabá (MT) e Santarém (PA).

Eixo
Norte-Sudeste

Intervenções
de recuperação do trecho Santos – Cuiabá (em São Paulo, Mato Grosso do Sul e
Mato Grosso), para escoamento das commodities agrícolas da Região Centro-Oeste
em direção ao porto de Santos/SP. Preveem-se ainda, ao longo do Eixo
Estruturante, no estado de São Paulo, diversas intervenções para remoção de
invasões da faixa de domínio e em passagens em nível.

Projetos
complementares: construção da ferrovia Uberlândia – Alto Araguaia, do Ferroanel
Norte (SP) e do Trem Intercidades de Sorocaba a Pindamonhangaba e de
recuperação da ferrovia Corumbá – Santos.

Eixo
Leste-Oeste

No contexto
ferroviário, contemplam-se a construção de três ferrovias: Ferrovia de
Integração Centro-Oeste (Fico), Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e
Ferrovia Transcontinental.

Eixo
Nordeste-Sudeste

Projetos de
eliminação de gargalos (tais como remoção de invasões de faixa de domínio e
eliminação de passagens em nível), construção de contornos e variantes
ferroviárias no estado de Minas Gerais e remodelagem da ferrovia de Pirapora/MG
ao Rio de Janeiro/RJ para construção da ferrovia Goiânia – Rio de Janeiro.

Projetos
complementares: adequação de ferrovias a partir da eliminação de gargalos, a
construção de mais contornos ferroviários em Minas Gerais (além daqueles
associados ao Eixo Estruturante) e a construção das ligações ferroviárias de
Goiânia/GO ao Rio de Janeiro/RJ e de Uruaçu/GO a São João da Barra/RJ.

Para acessar
o link do estudo, clique aqui.

Leia mais: Brasil
precisa investir R$ 1,7 trilhão para ter sistema de transporte moderno

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*