Linha 5-Lilás ganha 4 estações na sexta e público vai triplicar

SÃO PAULO –
Depois de nove anos de obras e a um custo de R$ 10 bilhões, a Linha 5-Lilás do
Metrô deverá ser oficialmente interligada, nesta sexta-feira, as Estações Santa
Cruz, da Linha 1-Azul, e Chácara Klabin, da Linha 2-Verde, ligando o ramal, que
vem do Capão Redondo, no extremo sul da capital, à região central de São Paulo.
As primeiras promessas eram de conclusão do projeto em 2014.

A
expectativa dos técnicos é trazer uma série de mudanças significativas nas
dinâmicas do transporte público da cidade. Cerca de meio milhão de pessoas
devem passar a usar a linha diariamente com as novas conexões. No mês passado,
ela transportou uma média diária de 278 mil pessoas e, até dezembro, deve
passar para uma média diária de 781,3 mil pessoas. A linha, que opera hoje com
36 trens, deverá receber mais 26 composições para atender à demanda.

“Deve haver
alguma diminuição da lotação da linha (9-Esmeralda) da CPTM (Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos) na Marginal do Pinheiros”, afirma o chefe do
Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade
de Transportes (Poli/USP) Claudio Barbieri da Cunha, considerando ainda
interferência nas Linha 4-Amarela, inaugurada, em 2011.

“Parte das
pessoas que vêm da zona sul pela Linha 5 deve continuar na Linha 5, enquanto só
quem está na Linha 9 deve continuar na Linha 9. O que vai definir isso é quanto
tempo a pessoa vai gastar na baldeação (a troca de trens)”, afirma o professor,
que destaca ainda expectativa de redução da lotação no túnel que liga as
Estações Paulista (da Linha 4) e Consolação (da Linha 2). “Essa estação estava
subdimensionada. Ela foi planejada para ser inaugurada depois das conexões da
Linha 5”, completa.

Para se ter
uma ideia do potencial de atração da linha, o total de passageiros que usam,
ainda em horário de testes, as últimas estações entregues desta linha, Moema e
Eucaliptos, ainda em “operação assistida”, funcionando das 9 às 16 horas,
aumentou 31% entre abril e julho, de 61 mil viagens diárias para 80 mil,
segundo o Metrô.

 

Inaugurações

São quatro
estações que serão abertas para testes: AACD-Servidor, Hospital São Paulo,
Santa Cruz e Chácara Klabin, que vão funcionar em operação assistida. O Metrô,
entretanto, estima que elas devem ficar nesse horário especial por duas semanas
– as estações anteriores desse ramal estão no esquema há três meses.

As obra da
linha, entretanto, não estão encerradas. Pelo meio do caminho ficou a Estação
Campo Belo, que continua em construção, e deverá ficar para dezembro, segundo
os cronogramas mais recentes da Companhia do Metropolitano. Essa linha restante
será interligada com o monotrilho da Linha 17-Ouro, também em obras.

Parte dos
problemas da Linha 5-Lilás decorre de atrasos na execução dos projetos de
engenharia. Mas parte resulta de uma paralisação de cinco meses, ocorrida entre
2010 e 2011, por causa das suspeitas de ação de cartel nas obras civis da
linha. O Metrô tomou por base em um relatório feito pela Corregedoria-Geral da
Administração, que dizia não haver provas da participação de agentes públicos
no esquema, para retomar a obra. Entretanto, em fevereiro deste ano, o então
presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, foi condenado por improbidade
administrativa por ter mantido os contratos – Avelleda, hoje chefe de gabinete
do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sempre sustentou que não havia
assinado os contratos e disse que paralisar as obras traria prejuízos à cidade.

 

Nove
elevadores ampliam a acessibilidade na AACD-Servidor

Diante da
expectativa de uma participação maior no total de usuários que têm mobilidade
reduzida, por causa da proximidade com a Associação de Assistência à Criança
Deficiente, que batiza a Estação AACD-Servidor, uma das paradas a serem
inauguradas na sexta-feira na Linha 5-Lilás do Metrô teve um desenho especial
para melhorar a acessibilidade. Ela terá nove elevadores e 20 escadas rolantes,
além de acessos em dois níveis na Rua Pedro de Toledo, em Moema, na zona sul de
São Paulo.

A parada
também facilitará o acesso aos Hospitais Edmundo Vasconcelos e do Servidor
Público Estadual, além de ser uma opção a menos de 1,5 quilômetro do Parque do
Ibirapuera. Será a estação mais perto do principal parque paulistano.

As estações
da Linha 5-Lilás ainda tiveram um desenho arquitetônico planejado para reduzir
o consumo de energia, um dos maiores custos operacionais da rede. As grandes
claraboias de vidro são “marcas” das novas paradas, que têm em seu nível do
asfalto novas praças abertas à população. No caso da AACD Servidor, há ainda
dois pisos de estacionamento entre o nível da rua e as plataformas.


expectativa se as inaugurações terão algum reflexo ou caráter político.
Executadas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), candidato que deixou o cargo
para concorrer à Presidência, as obras serão abertas ao público pelo atual
governador Márcio França (PSB), ex-vice do tucano – e candidato à reeleição.

Como as
inaugurações de obras são vedadas pela legislação eleitoral, França deverá
fazer uma “visita técnica” às estações – informação não confirmada pela
assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes até esta terça-feira, 28, à
noite. Trata-se de instrumento comum entre candidatos que estão disputando
reeleição.

A operação
do novo ramal, entretanto, já não é de responsabilidade do governo do Estado
desde junho, quando a empresa ViaMobilidade, do Grupo CCR e da RuasInvest,
venceu a licitação para concessão do ramal. A concessionária ficou encarregada
da operação e da manutenção do trecho por 20 anos.

 

Fonte: https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,linha-5-lilas-ganha-4-estacoes-na-sexta-e-publico-vai-triplicar,70002477730


Fonte:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*