Dez de 14 projetos elencados pela CNT (Confederação Nacional
do Transporte) como prioritários para que municípios da região tenham um
sistema de transporte moderno e livre de problemas estão engavetados. A
informação consta no sexto Plano CNT de Transporte e Logística, divulgado
ontem.
O material elenca 2.663 projetos essenciais em todo o País
para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte nacional. Juntas, as
propostas possuem orçamento de R$ 1,7 trilhão, valor de investimento mínimo
considerado pela confederação como necessário para que o País melhore a
integração dos modais.
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Na região, as intervenções abrangem praticamente todos os
formatos de transporte de cargas e de passageiros, incluindo a estrutura de
terminais (veja relação completa acima).
Responsável atualmente por transportar média de 181,4 mil
usuários na região, por meio de nove estações de trens da Linha 10 – Turquesa
da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o sistema ferroviário é
um dos modais citados no estudo. Ao todo, são cinco projetos essenciais para o
desenvolvimento da Região Metropolitana de São Paulo e que cortam municípios do
Grande ABC. Todos com obras sequer iniciadas.
Um dos casos citados é a construção da Linha 18 – Bronze,
que prevê ligar o Grande ABC à Capital por monotrilho. O modal, que deveria ter
sido entregue neste ano mas ainda não saiu do papel, está orçado no valor de R$
4,26 bilhões.
A obra, segundo o estudo, é uma das intervenções que correm
sérios riscos de quando inauguradas não suprirem a demanda de passageiros. “São
obras que foram planejadas para uma determinada realidade e hoje, com o atraso,
podem ser entregues já não suprindo o aumento de moradores que necessitam do
serviço”, cita Fernanda Rezende, coordenadora de Desenvolvimento de Transporte
da CNT. Segundo ela, se o País mantiver o ritmo moroso de investimento, somente
daqui 144 anos o Brasil terá todas as intervenções listadas concluídas.
Outro projeto emblemático citado pelo estudo é a construção
da Linha 20 – Rosa do Metrô. Apresentado em 2012, o ramal deveria ser a
primeira linha subterrânea do Grande ABC. No entanto, o projeto não deve sair
tão cedo do papel.
Segundo o governo do Estado, o plano foi suspenso em razão
da crise financeira “que tem afetado o País, especialmente nos últimos quatro
anos, após o início da Operação Lava Jato, que comprometeu a administração
financeira das principais empreiteiras”.
Projetos municipais, como a construção de viaduto para
transposição da via férrea em Ribeirão Pires, também são citados. Neste caso, a
Prefeitura aguarda análise da Caixa Econômica para dar sequência à obra.
“O que nota-se é uma morosidade do poder público na execução
das obras. Por este motivo, uma das sugestões da CNT é o investimento das
parcerias com o setor privado, no entanto, com o fortalecimento da legislação
atual para que isso seja feito com segurança”, explica Fernanda.
No levantamento, apenas quatro propostas possuem obras em
andamento. São elas: a implantação do corredor Leste-Oeste e de faixas
exclusivas de ônibus em São Bernardo; adequação de estações de trem da Linha 10
– Turquesa; e, por fim, a implantação de corredores de ônibus em Rio Grande da
Serra.
Fonte: https://www.dgabc.com.br/Noticia/2922799/regiao-abandona-dez-projetos-prioritarios-para-a-mobilidade
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