Em
negociação para a fusão das atividades ferroviárias com a alemã Siemens, a
expectativa da Alstom é que o possível acordo alavanque a produção na fábrica
em Taubaté (SP) a partir do primeiro semestre de 2019. A unidade, que emprega
120 pessoas, tem atualmente metade da capacidade produtiva ociosa.
Com um
contrato para atender o metrô do Chile, em que são previstas até setembro de
2020 a entrega de 166 caixas de aço inoxidável, a direção da multinacional francesa
projeta que a criação de uma nova organização com a Siemens possa render
contratos para produção na planta no interior de São Paulo.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Isso porque
a Siemens não tem fábrica na América Latina e a planta no Vale do Paraíba
passaria a ser considerada estratégica pelo grupo. Na América, a Siemens tem
uma unidade fabril nos EUA.
Com o fim da
encomenda para o metrô do Chile, daqui dois anos, as atividades em Taubaté
serão concentradas no atendimento a um contrato para a produção de 19 trens da
linha Wanda Zhonghe Shulin em Taipei (Taiwan). A entrega é prevista para 2023.
Essa
fusão tem como tendência trazer mais negócios para a Alstom, para cá, já que a
Siemens não tem fábricas no Brasil. A fábrica em Taubaté é moderna e tem
capacidade para expansão, disse Pierre-Emmanuel Bercaire, diretor geral
da Alstom no Brasil. O acordo entre as gigantes está sendo submetido, na atual
etapada da negociação, ao Conselho de Defesa Econômica.
Antes, a
Alstom em Taubaté, inaugurada em 2015 depois da venda da unidade de negócios de
energia para General Electric, fabricou 27 VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos)
para o Rio de Janeiro. O contrato foi finalizado em agosto do ano passado.
Ritmo
Para atender
a encomenda chilena, a Alstom mantém a produção de uma caixa de metrô a cada
cinco dias. Cinco delas ficaram prontas desde a transferência de parte da
produção da capital para o interior paulista.
A intenção,
de acordo com o cronograma do contrato, é elevar o ritmo de produção de uma
composição a cada três dias. Para isso é projetada a abertura de 15 vagas para
operários até abril de 2019.
A capacidade
produtiva da Alstom Taubaté é de quatro composições de VLT e sete caixas de
metrô por mês, operando em um turno. A unidade da Alstom na Lapa, em São Paulo,
também fabrica metrô.
Ônibus
elétrico
A Alstom
também quer produzir em Taubaté ônibus elétricos. A intenção é produzir no
Brasil o modelo que foi lançado na Europa como um novo conceito de mobilidade –
o Aptis, como é chamado, alia conceitos de um VLT à estrutura e flexibilidade
de um ônibus.
As
cidades estão exigindo cada vez mais frota elétrica, então a ideia é trazer
esse produto para o Brasil, disse Bercaire.
Leia Mais: Cidade
do Equador testa VLT da Alstom
Seja o primeiro a comentar