A implantação e a expansão de sistemas metroviários são
complexas, caras e demoradas, mas o modal avança aos poucos nas principais
capitais brasileiras, com benefícios importantes na mobilidade urbana e na
redução do consumo de combustíveis e da emissão de poluentes. Só em São Paulo,
o metrô transporta 4,5 milhões de passageiros em média por dia útil, enquanto
no Rio de Janeiro o volume varia entre 850 mil e 900 mil e em Salvador, chega a
350 mil.
Maior rede do país, com seis linhas, 96 km e 84 estações, o
metrô paulistano cresceu quase 40% desde 2010, quando tinha 69 km de extensão,
lembra o secretário adjunto de Estado dos transportes metropolitanos, Michael
Cerqueira. Para ele, o metrô é a melhor alternativa de transporte de alta
capacidade nas grandes cidades porque oferece previsibilidade de horários e
permite evitar o trânsito “caótico”, desde que integrado com os
demais modais urbanos.
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Entre 2017 e 2018 foram implantados 18,7 km de linhas e
abertas 16 estações na cidade. Do total de passageiros diários, 3,5 milhões
usam as quatro linhas operadas pela Companhia do Metropolitano de São Paulo
(Metrô), controlada pelo governo estadual, enquanto os demais usam ramais sob
responsabilidade das concessionárias ViaQuatro (linha 4-Amarela) e
ViaMobilidade (5-Lilás).
Praticamente todos os investimentos na expansão das linhas,
numa média de R$ 600 milhões a R$ 800 milhões por km, conforme o secretário
adjunto, são bancados pelo governo estadual. Em compensação, segundo o
relatório de sustentabilidade do Metrô, em 2017 o sistema reduziu o consumo de combustíveis
fósseis na cidade em 453 milhões de litros e as emissões de poluentes em 740
mil toneladas, graças ao corte de 978 milhões de horas em deslocamentos de
automóveis, ônibus e motos.
Para os próximos três anos, os projetos em andamento nas
linhas 4-Amarela, 15-Prata e na futura 17-Ouro (que será operada pela
ViaMobilidade) preveem quase 17 km a mais de trilhos, o que, junto com o
aumento da demanda prevista na linha 5-Lilás, deve agregar pelo menos 1,2
milhão de usuários por dia útil ao sistema até 2022.
Com a segunda maior rede de metrô do país, a capital
fluminense tem 56 km de trilhos e 41 estações nas linhas 1, 2 e 4, operadas
pela MetrôRio, do grupo Invepar. O Plano Diretor Metroviário da Secretaria de
Transportes do Estado do Rio de Janeiro, no entanto, projeta mais 110 km até
2045, o que elevaria para 3,6 milhões a média de passageiros transportados por
dia útil no sistema.
Segundo o secretário estadual de Transportes do Estado,
Rodrigo Vieira, uma boa alternativa para ampliar a rede com mais rapidez é
converter a taxa de outorga cobrada na concessão do serviço pelo compromisso do
operador de realizar as obras.
A linha 4, com cinco estações entre os bairros de Ipanema e
da Barra da Tijuca, foi a última a entrar em operação comercial, em 2016, e transporta
entre 170 mil e 180 mil passageiros por dia, diz o presidente da MetrôRio,
Guilherme Ramalho.
Em Salvador, o antigo projeto do metrô, que remontava a
2000, foi retomado com a Copa do Mundo de 2014, mas entrou em operação
comercial em janeiro de 2016 com apoio do PAC Mobilidade Grandes Cidades. Hoje,
o sistema operado pelo grupo CCR em regime de parceria público-privada (PPP)
tem duas linhas, 33 km e 20 estações. Segundo a superintendente de mobilidade
da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia, Grace Gomes, o sistema
recebeu investimentos de R$ 5,8 bilhões, divididos entre governo federal (R$
1,3 bilhão), Estado (R$ 3,2 bilhões) e CCR (R$ 1,3 bilhão).
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