Scomi rompe contrato de monotrilho na Índia enquanto busca proteção judicial para suas empresas na área de transportes

O contrato da Scomi Engineering Bhd e da Larsen & Toubro Ltd para o projeto, desenvolvimento, construção, operação e manutenção de um sistema de monotrilho na região metropolitana de Mumbai, maior e mais importante cidade da Índia, foi encerrado.


Em uma declaração conjunta com a Bursa Malaysia, uma das maiores bolsas da Ásia, a Scomi informou que a carta de rescisão foi protocolada no dia 14 de dezembro de 2018, com prazo para vigorar em 15 dias.


Na declaração a empresa afirma estar discutindo com seu parceiro, com vista a cumprir integralmente os direitos do consórcio sob o contrato em relação ao aviso de rescisão, incluindo a tomada de todos os procedimentos legais necessários, a conselho de seus advogados.


Ainda no comunicado, a Scomi afirmou que continuará a fornecer atualizações de tempos em tempos sobre qualquer desenvolvimento de material adicional sobre este assunto.


SCOMI BUSCA PROTEÇÃO JUDICIAL

A empresa, que detém contratos com o metrô de São Paulo para a fabricação de trens para os monotrilhos das linhas 17-Ouro e 18-Bronze, atravessa uma difícil situação financeira.


Três subsidiárias do grupo Scomi Engineering Bhd (SEB) deram entrada em um processo de recuperação judicial no Supremo Tribunal de Shah Alam, cidade da Malásia, visando se proteger de processos judiciais demandados por terceiros. A informação consta de comunicado à imprensa pela fabricante, e publicada em jornais do exterior no início de dezembro. O Grupo Scomi, no entanto, não se referiu a nenhum terceiro específico em sua declaração pública.


Dentre as três unidades, está a STPB – Scomi Transit Project Brasil (São Paulo), braço da empresa que em novembro ameaçou deixar o consórcio que deve concluir a construção e fornecimento de material rodante e equipamentos da linha 17-Ouro do monotrilho.


Duas subsidiárias do grupo, dentre as quais a STPB (do consórcio do monotrilho linha 17), receberam um aviso de cobrança do Export-Import Bank da Malásia (Exim Bank) no dia 30 de outubro de dívidas bancárias no valor de US$ 19,13 milhões (cerca de R$ 80 milhões).


Na época, o Scomi Group informou que pedira mais tempo para liquidar a dívida, e aguardava uma decisão do banco.


O Scomi Group tem se mantido deficitário por 10 trimestres consecutivos, sobrecarregado por dívidas que afetaram o fluxo de caixa e causaram atrasos em seus projetos. Como parte de seu exercício de recuperação, o grupo propôs em agosto de 2017 uma fusão tripartite com outras empresas do grupo, na área de petróleo e gás, ambas deficitárias na época.


O grupo com sede na Malásia enfrenta outras questões, o que inclui até mesmo reivindicações de salários não pagos de mais de seis meses para mais de 100 funcionários.


A saída do consórcio da Linha 17 do Monotrilho é apenas mais um dos fatores que levaram a obra a se tornar um problema quase insolúvel para o Metrô de São Paulo.


Conforme o Diário do Transporte publicou no dia 13 de dezembro de 2018, o TCE – Tribunal de Contas do Estado de São Paulo quer mais uma vez explicações da Companhia do Metrô de São Paulo sobre os atrasos nas obras da linha 17 Ouro. O monotrilho deveria estar pronto em 2014, mas até agora não tem nenhuma estação aberta e trens produzidos.


O Diário do Transporte teve acesso a um despacho do Conselheiro Antônio Roque Citadini, que foi encaminhado à presidência da corte de contas, que determinava que o Metrô se explique em 15 dias. Relembre: Metrô terá que explicar em 15 dias ao TCE atrasos na Linha 17-Ouro do Monotrilho.

Leia Mais: CPTM contrata empresa para limpeza de trens em cinco linhas

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