O chefe da pasta da Infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas, indicou que estudará a privatização ou liquidação de cerca de 100 estatais federais, entre elas, Telebrás e Correios têm alta probabilidade.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, sinalizou cautela no programa de privatizações, ao afirmar ontem que o governo estudará a venda ou liquidação de cerca de 100 empresas estatais.
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É o que avalia a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto. Quando o ministro diz que irá estudar os ativos, não significa que todos eles serão vendidos. Mas, sim, que haverá cautela neste processo, ressalta Pasianotto.
Em um processo de privatização é preciso analisar o valor de mercado da empresa e a viabilidade econômica de transferi-lá para a iniciativa privada, ou seja, se ela será capaz de gerar fluxo de caixa, acrescenta a economista.
Ela destaca, inclusive, que de todas medidas econômicas anunciadas até o momento, esta é a mais assertiva e positiva. Ou seja, não houve desencontro entre os membros do governo, reforça.
Pasianotto lista que os ativos com alta probabilidade de serem vendidos são a Telebrás; Correios; Ferrovia Norte-Sul; Ferrogrão; Lotex; BR Distribuidora; autoridades portuárias e rodovias federais.
No grupo da média probabilidade estão a venda das ações da Infraero, das concessionárias de Brasília, Confins, Galeão e Guarulhos; a ECB, hidrelétricas, Eletrobras, refinarias da Petrobras e a BNDESPar.
O novo presidente do BNDES, Joaquim Levy, chegou a ressaltar ontem que a BNDESPar deve ser parte da estratégia de mudança da estrutura de capital do banco.
Pouco provável
Por outro lado, a economista-chefe da Raeg avalia que, por questões estratégicas, será difícil privatizar os três principais bancos públicos (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES), a Petrobrás e as reservas minerais. A ferrovia Transnordestina também está nessa lista, mas por motivos de viabilidade econômica. Vender a Furnas, por sua vez, envolveria problemas políticos e questões estratégicas.
O economista Alan Ghani, da Saint Paul Escola de Negócios, avalia que o processo de privatizações nos próximos quatro anos deverá ocorrer aos poucos, tendo em vista as resistências políticas que devem surgir, especialmente entre o funcionalismo público e entre a oposição ao governo. Na avaliação dele, as vendas dos ativos serão importantes para dinamizar as empresas, gerar emprego e aumentar a arrecadação tributária.
Já o coordenador do curso de economia da FGV-SP, Joelson Sampaio, destaca que a necessidade do governo de gerar caixa pode acelerar o programa de privatizações.
Além da venda e liquidação de estatais, o ministro da Infraestrutura afirmou que o governo estudará conceder à iniciativa privada trechos de rodovias federais que somam 5,6 mil quilômetros. Fora isso, a renovação de outros 4 mil quilômetros de concessões em vigor está no radar
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