Mendes diz que VLT é um problema gigante; “nós não temos dinheiro para pensar em retomar essa obra”

O governador democrata Mauro Mendes volta afirmar que ainda formula um estudo para retomar, ou não, as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande. A obra está parada desde 2014.


Mendes reforça que, para prosseguir com modal, seriam necessários R$ 1 bilhão, mas o Estado, segundo ele, ‘não tem dinheiro nem para comprar remédios’. A declaração do gestor foi dada na tarde desta quarta-feira (24), durante entrevista ao SBT Comunidade.


Ele já teria pedido – ainda na campanha eleitoral -, prazo de um ano, caso assumisse o comando do Estado, para chegar numa solução relativa ao VLT e, atualmente [como governador há quatro meses] não descarta a possiblidade de trocar o modal para um outro, menos oneroso aos cofres públicos.


Contudo, informa também que prioriza outras áreas como a recuperação das rodovias. Recentemente, o democrata assinou 114 ordens de serviço para a retomada ou início de obras em 90 municípios do Estado.


“Eu vou recuperar partes da rodovias de Mato Grosso, gente! Por isso que eu pedi até um ano porque eu preciso construir alternativas, soluções, ver onde eu vou arrumar esse dinheiro, se é viável terminar, se não é, e o que fazer. Esse estudo já está sendo feito. Os nosso técnicos já estão trabalhando”, diz Mendes.


Assim, afirma que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) está trabalhando nessa análise.


Ele também aponta para um problema jurídico que envolve o VLT. Diz que é preciso entender primeiro esse imbróglio, que impede qualquer obra para implantação do modal de transportes, idealizado para a Copa de 2014. Lembrando que em delação premiada, o ex-governador Silval Barbosa, envolveu o Consórcio VLT em um esquema de desvio de dinheiro, próximo a R$ 1 bilhão em propina.


Oficialmente, a obra já consumiu R$ 1,4 bilhão dos cofres públicos e ainda não saiu do papel. A declaração de Silval motivou a deflagração da Operação Descarrilho.


“Existem três ações na Justiça correndo a esse respeito porque a empresa, o consórcio praticou corrupção. O ex-governador confessou isso na justiça. Por conta disso, o contrato foi rescindido. Então, existe uma confusão jurídica que está sendo trabalhada pela nossa controladoria e, ao mesmo tempo, nós estamos estudando alternativas para dar uma solução”, reforça.


Seu contrato de execução foi firmado em 2012 com Consórcio VLT, composto pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda. Hoje, o projeto está judicializado, após rescisão do contrato por parte do Governo.


“O meu compromisso com Mato Grosso foi que até um ano, nós vamos dar uma solução, passaram-se quatro anos com essa obra parada e nenhuma solução foi apresentada. Eu garanto a vocês: não posso dizer qual é, mas que vai ter uma solução e nós vamos apresentar isso, debater com todo mundo e aí,colocar em marcha, seja qual for a solução, mas é um problema gigante que hoje nós não temos dinheiro para pensar sequer em retomar essa obra”, finaliza.


Operação Descarrilho


A operação, deflagrada em 9 de agosto de 2017, apurou crimes de fraude em procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos durante a escolha do modal VLT e a execução.


 


Herança Maldita


 


Para sustentar a implantação do VLT, o Estado apresentou em 2011, estudo que apontava o VLT com maior capacidade para transportar número de passageiros, e menor gasto com manutenção e operação em um ano.


O modal seria também mais moderno, menos poluente, mais seguro, com baixo custo operacional e menos necessidade de renovação da frota ao longo dos anos. Um dos maiores defensores do VLT foi o ex-deputado estadual José Riva.


O contrato firmado em 2012, para a realização da obra de implantação do VLT foi rescindido pelo governo após a deflagração da Operação Descarrilho pela Polícia Federal, em agosto de 2017, que apontou irregularidades na obra. Apenas 6 km dos 22 km dos trilhos do VLT foram concluídos.


Enquanto isso, os 42 vagões vão se deteriorando no Centro de Controle Operacional e Manutenção, que fica próximo ao Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na região metropolitana. Eles foram comprados quando mal tinha iniciado a obra.

Fonte: http://www.obomdanoticia.com.br/politica/mendes-diz-que-vlt-um-problema-gigante-ns-no-temos-dinheiro-para-pensar-em-retomar-essa-obra/15591

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