A concessionária que opera o VLT do Rio pediu à prefeitura autorização para iniciar a operação da Linha 3, que ligará a Central do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont, passando pela Avenida Marechal Floriano. A circulação do bonde moderno por esse trecho estava pendente devido a uma dívida da empresa com o principal fornecedor do sistema, fruto da inadimplência do município com o VLT Carioca.
Como O GLOBO mostrou em março, os débitos da prefeitura chegavam a R$ 110 milhões. Com o aperto, a concessionária ameaçou parar os trenzinhos . Até agora, segundo o VLT Carioca, o município ainda não pagou o que deve. Mas a concessionária e seus acionistas conseguiram negociar com a empresa Alston a liberação da Linha 3, o que deve resultar num aumento no número de passageiros e, consequentemente, de receitas.
“Com a inadimplência da prefeitura, além do acordo com o fornecedor foi necessária uma reestruturação no quadro de colaboradores da concessionária, que demitiu mais de 100 pessoas no último mês”, afirmou o VLT em nota.
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A prefeitura informou que mantém reuniões com a direção do VLT para chegar a um consenso sobre o contrato. O município questiona que o governo tenha que pagar pela diferença entre a demanda de passageiros prevista e o fluxo de usuários na operação. A concessionária, por sua vez, afirma que continuará tentando negociar a quitação da dívida do município.
– Vamos seguir buscando o cumprimento do contrato também por parte da Prefeitura. Entendemos que perder um investimento deste porte é tirar da cidade um projeto moderno de mobilidade urbana – afirma Marcio Hannas, presidente do VLT Carioca.
A Linha 3 é o último trecho previsto do sistema. O percurso terá dez paradas, sendo três novas: Cristiano Ottoni-Pequena África (na praça de mesmo nome, também na região da Central), Camerino-Rosas Negras (na Marechal Floriano, próxima à rua de mesmo nome) e Santa Rita-Pretos Novos (também na Marechal Floriano, à altura da igreja homônima). Os nomes contam com homenagens a ícones da cultura africana, batizados em consenso com o Iphan e entidades do movimento negro e sociedade civil.
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