Governo quer que concessionária pague por novas intervenções no metrô da Gávea

O  governo do Rio vai tentar fazer com que a concessionária Rio Barra arque com os custos das obras emergenciais no canteiro da estação da Gávea , caso essa necessidade fique tecnicamente comprovada. Respondendo à exigência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) , a Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), encaminhou relatório de medidas a serem tomadas. Na última nota técnica feita pela Riotrilhos, foi constatado risco estrutural para o canteiro, que foi inundado no ano passado, e prédios próximos.

A primeira ação do governo será contratar uma ” instituição pública de reconhecida expertise em Geotecnia” para apontar necessidades de ” intervenções imediatas nas fundações das edificações lindeiras e na cava de fundação da referida estação”, respondeu a Setrans ao GLOBO. Se houver recomendação para execução imediata dos serviços, o governo tentará que o atual concessionário, Rio Barra, arque com essa responsabilidade. Mas, pondera a Setrans, isso só será possível com autorização judicial.

Desde o ano passado há uma decisão judicial, após ação do MPRJ, em vigor que impede o estado de fazer novos investimentos na Linha 4 do Metrô, por suspeitas de superfaturamento da obra. Paralelamente, o governo afirmou que vai realizar “auditoria dos aspectos técnicos e financeiros do contrato de concessão da Linha 4 do Metrô e seus aditivos, em conjunto com a Controladoria Geral do Estado”, e que a partir disso reavaliará rumos do contrato de concessão da Linha 4.

Já a a concessionária Rio Barra (CRB), procurada, negou risco estrutural iminente. “A  CRB envia relatórios de monitoramento mensalmente à Secretaria dos Transportes e ressalta que não há nenhuma ocorrência geotécnica naquela região que possa causar preocupação no momento”, respondeu. A concessionária também disse que toma medidas para minimizar riscos e que a finalização da estação Gávea faz parte do contrato ainda ativo com o governo.

Procurado, o TCE-RJ, informou que o documento enviado pelo governo vai ser analisado pelo Corpo Instrutivo e Ministério Público de Contas antes de ser levado a plenário.

Risco estrutural

Na semana passada, o GLOBO mostrou que as intervenções emergenciais no metrô da Gávea, que está parada desde 2015, levaria, no mínimo, um ano. A informação consta de documento que a Riotrilhos entregou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na nota técnica, há alerta de que o canteiro precisaria ser totalemnte esvaziado – seus dois poços foram inundados com 36 milhões de litros de água – gradativamente.

Sobrariam, então, duas opções: terminar as escavações em mais 15 metros de rocha e concretar toda a estação. Ou escorar as estruturas existentes e cobrir de terra o buraco até que, um dia, as obras sejam retomadas. Só para retirar a água do local serão necessários três meses de trabalho. O prazo total das intervenções poderia chegar a dois anos. Os riscos se concentram na chamada alça oeste, onde está a futura estação. Não foram identificados problemas maiores na alça sul, onde as obras pararam quando ainda faltavam escavar 1.256 metros de túneis.

Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/governo-quer-que-concessionaria-pague-por-novas-intervencoes-no-metro-da-gavea-23746632

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