O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, classificou ontem a construção da linha 18 – Bronze, que ligará as cidades do ABC e capital, em “desafio grande” que esbarra em problemas legais na desapropriação e em questões orçamentárias como um todo.
O secretário participou de prestação de contas do semestre na Assembleia Legislativa, onde foi questionado pela bancada de deputados da região sobre a possível mudança de meio de transporte da linha. O estado avalia se o BRT (corredor de ônibus com maior velocidade e capacidade que os corredores comuns) seria opção mais adequada que o monotrilho (transporte ferroviário com apenas um trilho), previsto anteriormente.
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“Temos problemas do ponto de vista legal [desapropriação] e absolutamente de orçamento. Pelo fato de que o valor planejado em 2014 precisa ser atualizado para 2019”, afirmou. Baldy promete entregar até o fim desta semana o estudo que vai embasar a decisão do governador João Doria (PSDB) sobre o futuro da linha. “São desafios enormes, reconhecidos por esses cinco anos [de contrato assinado sem obras]”, disse Baldy.
O contrato para construção da linha 18 foi firmado em 2014 como PPP (Parceria Pública Privada). Mas as obras não tiveram início por conta da dificuldade do governo do estado em conseguir financiamento para R$ 600 milhões em desapropriações.
O estado teria de desembolsar também outros R$ 2,3 bilhões do total de R$ 4,3 bilhões da obra. A estimativa é que o valor atualizado para 2019 já ultrapasse 25% deste orçamento.
As desapropriações enfrentam ainda o problema legal. O decreto de utilidade pública que autoriza o trabalho expirou em novembro do ano passado e não foi renovado.
Caso decida pela mudança de modal, o Estado deverá enfrentar ação judicial da concessionária Vem ABC, que argumenta já ter gasto dois terços dos R$ 38 milhões previstos para constituir a empresa.
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