Comec assina acordo com a CBTU para uso de trilhos para o transporte de passageiros: VLT é uma das alternativas

A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba – COMEC, do Estado do Paraná, e a CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos assinaram no dia 02 de julho de 2019 um Acordo de Cooperação Técnica com vistas a estabelecer uma cooperação entre para “o aprimoramento e o desenvolvimento de ações, troca de experiências, realização de estudos, planejamento e implementação de projetos relacionados com a movimentação e o transporte de passageiros”.

O Extrato do Contrato foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, 16 de julho de 2019.

Os dois organismos já haviam se reunido em 12 de junho para definir o escopo de um Estudo de Viabilidade para o compartilhamento das linhas férreas que cruzam o município de Curitiba e demais cidades da Região Metropolitana (RMC), para o transporte de passageiros.

O registro do encontro está no site da COMEC.

Segundo o relato, o estudo será realizado pela CBTU, em parceria com a COMEC, por meio do Termo de Cooperação Técnica já assinado.

Segundo o Diretor Técnico da CBTU, Sérgio Sampaio, “dentro de aproximadamente 6 a 9 meses conseguiremos dizer se a alternativa é viável ou não, e quais os investimentos necessários”.

VLT PODE SER UMA DAS SOLUÇÕES

Segundo o relato do encontro, disponível nos sites do COMEC e da CBTU, o Acordo consiste em viabilizar três ramais utilizados pelo transporte de cargas na Região Metropolitana da capital paranaense para que sejam utilizados, de forma compartilhada, para a população, “introduzindo VLTs”.

Constituída por 29 municípios, a RMC é a oitava região metropolitana mais populosa do Brasil, com 3.223.836 habitantes, e concentra 30.86% da população do Estado. Também é a segunda maior região metropolitana do país em extensão, com 16.581,21 km², fazendo fronteira com São Paulo e Santa Catarina.
Um dos trechos que serão estudados, segundo o registro do encontro preparatório, será o ramal Oeste, saindo de Rio Branco do Sul, passando por Itaperuçu, Almirante Tamandaré e chegando em Curitiba.

Segundo Gilson dos Santos, este é um dos trechos mais problemáticos para o transporte coletivo da Região Metropolitana, “além da distância grande, mais de 40 km, o trajeto é realizado grande parte em pista simples, ou seja, os ônibus disputam espaço diretamente com os demais veículos, tornando a viagem demorada e, consequentemente, cara. Ao mesmo tempo, um VLT que pudesse utilizar os trilhos de trem no transporte de passageiros, aumentaria a capacidade do sistema, diminuiria o tempo de trajeto, traria mais um alívio ao trafego da região e poderia sair ainda mais barato que o sistema de ônibus utilizado hoje. Obviamente, tudo ainda depende dos estudos técnicos que serão realizados, mas as perspectivas são bastante animadoras”, destacou o presidente.

Todos os dias, mais de 30 mil usuários são transportados entre as 4 cidades, pela atual Rede Integrada de Transporte – RIT.

Outro ramal que também deverá ser estudado, segundo a COMEC, é o ramal Leste, saindo de Piraquara e passando por Pinhais e Curitiba.

Segundo Santos, “apesar de menor em cumprimento, pois são aproximadamente 21 km de extensão, mais de 45 mil pessoas são transportadas todos os dias entre estas cidades. Em sua maioria, pessoas mais carentes e que dependem do transporte coletivo para trabalhar, estudar e buscar serviços na capital. Seria uma melhoria significativa na vida destas pessoas”.

ESTUDO SEGUIRÁ MODELO ADOTADO EM MACAÉ (RJ)

O Acordo de Cooperação Técnica assinado com a COMEC tem os mesmos moldes do trabalho feito pela equipe da Diretoria Técnica da CBTU em Macaé e a parceria com a Câmara Metropolitana do Rio de Janeiro.

Técnicos da CBTU apresentaram durante a reunião em junho o projeto realizado, e já implementado pelo órgão, na cidade do estado do Rio de Janeiro. Para o Diretor de Planejamento e Relações Institucionais da CBTU, Pedro Cunto, “as realidades apresentadas na época eram muito semelhantes às de Curitiba – grande número de passageiros, sistema de ônibus saturado, engarrafamentos e ramais de trem subutilizados. E, apesar das dificuldades, o sistema de Macaé hoje é uma realidade. Não acredito que Curitiba será diferente disso”.

A CBTU prestou consultoria técnica para a Prefeitura de Macaé com o objetivo de viabilizar o transporte metroferroviário na cidade. O projeto elaborado faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica entre as partes.

O estudo propõe a revitalização de um trecho inutilizado de 11,8 km, fazendo um movimento pendular nos horários de pico matutino e vespertino. Os dois VLTs, que já existem no município, podem transportar até 350 passageiros cada e realizarão, inicialmente, 20 viagens por dia, complementando o serviço de mobilidade urbana existente na cidade.

Fonte: https://diariodotransporte.com.br/2019/07/16/comec-assina-acordo-com-a-cbtu-para-uso-de-trilhos-para-o-transporte-de-passageiros-vlt-e-uma-das-alternativas/

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