Metrô-DF: gratificação de presidente e diretores será aumentada em 25%

O diretor-presidente da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), Handerson Cabral Ribeiro, terá o contracheque turbinado em razão do incremento nas gratificações recebidas por quem ocupa cargos de chefia. Até então, mensalmente, por exercer a função, ele tinha um acréscimo de 55% sobre a remuneração.

Após reunião nessa quarta-feira (17/07/2019), a diretoria colegiada aprovou novo índice: 80%. O reajuste nas bonificações também se estenderá aos chefes de outras duas gerências: de Operação e Manutenção; e Financeira e Comercial, ainda sem titular.

Têm direito à gratificação no Metrô-DF servidores vinculados à administração pública e que desempenhem funções de comando na estatal. O acréscimo foi concedido justamente no dia em que a categoria anunciou o fim da maior greve da história do sistema, a qual durou 77 dias.

A assessoria de imprensa da empresa informou não ter havido reajuste, apenas “adequação da remuneração à legislação já existente”. “Trata-se de uma correção do percentual o qual os servidores públicos devem receber quando ocupam cargos de diretoria. As legislações local e interna determinam que eles recebam 80%, e não 55%. A norma está prevista no artigo 1º do Decreto nº 28.113/07 e no artigo 77 da Lei Complementar nº 840/11, além do Plano de Cargos e Salários – PCS/2013 – do Metrô-DF”, diz a companhia.

O benefício está previsto na lei que regula o funcionalismo público do Distrito Federal desde 2011. Segundo o Metrô-DF, como boa parte da diretoria é formada por servidores públicos cedidos, só agora houve esse questionamento.

Na rota da privatização

Na fila da privatização juntamente com outras estatais, o Metrô-DF não tem capacidade de investimento e consome milhões do DF, conforme argumentou o governador, Ibaneis Rocha (MDB), em 14 de maio, em plena vigência da greve. O Governo do Distrito Federal (GDF) já deu o primeiro passo rumo à entrega da empresa à iniciativa privada e lançou o edital de chamamento público.

Além do grave problema financeiro enfrentado pela companhia, a paralisação dos metroviários provocou um prejuízo de R$ 9 milhões, pois passageiros deixaram de embarcar nas estações e quem conseguiu realizar o embarque encontrou catracas liberadas devido à falta de trabalhadores nas bilheterias.

Dados do último relatório de atividades da administração da empresa pública, referente ao ano de 2018 e publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) no dia 26 de março deste ano, demonstram que o maior salário entre os diretores é de R$ 30.471,10 e o menor, de R$ 10.797,75. O Metrô-DF tem, ao todo, 54 servidores em cargos de direção, que custaram, no ano passado, R$ 13.705.900, uma média anual de R$ 253.812,96 por dirigente.

Os 1.301 empregados representam a maior parte da despesa com pessoal do Metrô. Dos R$ 216 milhões gastos apenas com folha de pessoal, R$ 202 milhões foram para os trabalhadores, incluindo seguranças, pilotos, engenharia e administrativo. A média por funcionário fica em torno de R$ 155 mil por ano.

O SindMetrô-DF divulgou uma nota sobre o aumento da remuneração da diretoria. “Enquanto metroviários ganham, em média, de R$ 3 mil a R$ 6 mil, os diretores ganham acima de R$ 30 mil. E o problema são os servidores, que ganham demais? Em plena greve, alegando precisar enxugar gastos, aprovam um aumento desse?”, questionou a entidade.

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/metro-df-gratificacao-de-presidente-e-diretores-sera-aumentada-em-25

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