Em uma semana, o Metrô do Recife teve parte da operação suspensa quatro vezes. Após os transtornos da terça (27), em que a Linha Centro inteira ficou sem funcionar parte do dia, os trens circulam normalmente nesta quarta (28). O superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Leonardo Villar, afirmou que as causas das interrupções estão sendo analisadas. (Veja vídeo acima)
“A partir de ontem [terça-feira (27)], comecei a analisar as causas dos fatos e temos que começar a tomar atitudes para que a gente possa minimizar [os problemas]. Esses números estão diminuindo. Todo metrô falha, todo sistema falha”, disse Villar ao Bom Dia PE, nesta quarta (28).
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O superintendente apontou que as “paralisações grandes” foram concentradas nos últimos dois meses. Segundo ele, o número de vezes em que o sistema foi paralisado “representa um quantitativo pequeno” diante do número total de viagens realizadas.
“São 10 mil viagens, então é menos de 1%. A maioria dos trens que apresentam falha param na plataforma. O usuário desce e pega o próximo trem. Ele é prejudicado em 10 minutos, mais ou menos”, afirmou.
De janeiro a julho deste ano, os serviços foram paralisados 73 vezes, segundo levantamento da própria companhia. Em comparação com os sete primeiros meses de 2018, houve aumento de 28% – foram 57 falhas no período.
Problemas
Na terça-feira (27), a Linha Centro do Metrô do Recife ficou paralisada e 17 estações foram fechadas por problemas técnicos no começo da manhã. De acordo com a CBTU, uma rede de pesca jogada em cima do trem provocou pane no sistema elétrico. Às 8h, parte das estações reabriu, mas foram 12 horas até que todas estações voltassem a operar normalmente.
Na segunda (26), o Ramal Camaragibe da Linha Centro do Metrô ficou paralisado após problema elétrico. De acordo com a companhia, uma falha na alimentação elétrica dos trens próximo à Estação Coqueiral causou o conflito.
No dia 23 deste mês, um problema de energização na rede aérea entre as Estações Cajueiro e Shopping interrompeu a operação por 20 minutos no período da manhã.
No dia 22, a Linha Sul do Metrô ficou paralisada durante quatro horas após uma falha elétrica que ocasionou a quebra de um trem próximo da Estação Shopping, segundo a CBTU. Os passageiros que estavam na composição que parou saltaram, seguindo a pé próximo aos trilhos.
Aumento escalonado
No dia 7 de julho, aconteceu o segundo aumento escalonado nas tarifas do Metrô do Recife, autorizado pela Justiça em abril. Depois de aumentar de R$ 1,60 para R$ 2,10 em maio, a tarifa passou a custar R$ 2,60.
O aumento foi autorizado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) no dia 22 de abril e divulgado no dia seguinte. O valor da passagem na capital pernambucana não era reajustado há seis anos, segundo a CBTU. Até março de 2020, está previsto que o preço da passagem do Metrô do Recife chegue a custar R$ 4.
De acordo com o diretor de Planejamento e Relações Institucionais da CBTU, Pedro Cunto, os custos de operação da companhia na capital pernambucana são de R$ 541 milhões. Ele diz que esse valor é superior ao que é arrecadado na cidade, que fica em torno de R$ 70 milhões. Com o aumento, a arrecadação chega a R$ 140 milhões, ainda abaixo do necessário para custear a operação.
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