Cidade subterrânea: a rotina de trabalho de 450 funcionários no metrô durante a madrugada

Duas horas antes de o metrô fechar as estações, à meia-noite, uma tropa invisível aos olhos dos passageiros se prepara para entrar nos trilhos. São 450 funcionários da concessionária – dos 800 encarregados da manutenção e da limpeza – que trabalham diariamente das 22h às 6h, em diversas frentes, na cidade subterrânea que abriga as instalações do metrô. O pessoal da faxina, por exemplo, já se deparou com objetos improváveis.

– Geralmente costuma ter muito lixo, principalmente entre as estações Maracanã e Triagem. Já encontramos skate, bicicleta e até sofá no meio dos trilhos – disse o gerente de manutenção de sistema e infraestrutura, Everton Trindade.

No trabalho feito dia e noite, a concessionária remove, em média, 570 sacos de cem litros por dia. As equipes de limpeza se dividem em 6, cada uma com 5 integrantes. Uma cuida da linha 4, duas da linha 2 e três da linha 1. Já a manutenção dos 52 quilômetros de via é feita na madrugada, quando 80% do efetivo trabalham nos trilhos. Nesse período em que o serviço de passageiros está interrompido, a empresa troca 150 metros de trilhos por semana.

Em paralelo, é feita a manutenção predial diariamente, cuidando do que está fora das vias e plataformas, como o mármore das escadarias. Com uma equipe de até seis pessoas, entre 1h30 e 3h o grupo chega nas estações desenergizadas via trem a óleo diesel. Por lá, há problemas como fissuras internas, que foram identificados por um ultrassom que passa a cada 3 meses.

– O ultrassom é a alma do negócio pois o problema maior não é o desgaste, mas o defeito dele, que pode ser até de fabricação. Temos trilhos em uso que tem até 40 anos e outros em plataformas que, devido à frenagem e à aceleração, se degastam bem mais – disse a coordenadora de via permanente, Stella Silva, que trabalha com trilhos há 20 anos.

No Centro de Manutenção, com seus pátios que vão da Central à Estação Leopoldina, os trens são revisados. Os filtros de ar-condicionado, por exemplo, devem ser trocados a cada 10 mil quilômetros rodados.

– Fazemos manutenção preventiva para evitar a paralisação por conta de algo indesejado – disse o gerente de manutenção de material rodante, Fábio Resende.

Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/cidade-subterranea-rotina-de-trabalho-de-450-funcionarios-no-metro-durante-madrugada-23921256

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