Com a lentidão econômica e a queda dos juros, a busca por crédito no BNDES despencou à metade entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou o banco nesta quinta-feira. A instituição recebeu consultas para um total de R$ 40,2 bilhões em empréstimos no período, um recuo de 49%.
As consultas representam o apetite do empresariado por crédito e, portanto, são um indicador de investimentos futuros.
A indústria, que sofre com elevada capacidade ociosa, foi um dos setores que puxou para baixo as consultas ao banco de fomento. As consultas de empresas desse setor caíram 59% nos nove primeiros meses do ano, para R$ 9,6 bilhões.
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A infraestrutura, que é uma das prioridades da nova gestão do BNDES, registrou um recuo de 31%, para R$ 12,6 bilhões.
No comércio, as consultas recuaram também 59%, para R$ 4,9 bilhões. Apenas o setor de agropecuária registrou aumento na procura por crédito, com avanço de 5% nos primeiros nove meses, para R$ 13 bilhões. Com isso, o agronegócio deteve a maior fatia das consultas, de 32,5%.
Devido à ociosidade elevada por causa da crise, as empresas não precisam investir em aumento de capacidade. Além disso, o BNDES já não oferece mais juros subsidiados, tornando suas taxas menos atraentes. Com a queda de juros e aumento da demanda por investimentos de risco, as companhias têm conseguido captar recursos no mercado financeiro com juros menores.
Já os desembolsos, que representam o dinheiro de fato liberado, somaram R$ 38 bilhões nos nove primeiros meses do ano, uma queda de 13% entre janeiro e setembro de 2018. Em 12 meses, o valor desembolsado foi de R$ 63,8 bilhões, 1% menos que que período anterior.
Nos nove primeiros meses do ano, os desembolsos para a indústria recuaram 22%, para R$ 6,3 bilhões.
Na infraestrutura, a queda foi de 1%, para R$ 17,35 bilhões. Mais uma vez, o setor agropecuário foi o destaque positivo, com uma alta de 9% nos desembolsos, para R$ 10,2 bilhões.
Já as aprovações de novos financiamentos pelo BNDES – ou seja, que vão se transformar em desembolsos no futuro – atingiram R$ 32,3 bilhões entre janeiro e setembro, um tombo de 35% na comparação com o mesmo período de 2018.
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