Favorecida por câmbio, Vale lucra US$ 239 milhões entre janeiro e março

A mineradora Vale registrou lucro líquido de US$ 239 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de US$ 1,64 bilhão no mesmo período do ano passado, quando aconteceu o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. Os números foram informados pela companhia ao mercado na noite desta nesta terça-feira.

O resultado também melhorou na comparação com o último trimestre de 2019, quando a empresa registrou um prejuízo de US$ 1,56 bilhão, ao ser impactada por baixas contábeis em ativos de níquel e carvão e provisões relacionadas ao  desastre de Brumadinho (MG). Houve novo ajuste contábil com provisões relacionadas a Brumadinho entre janeiro e março de 2020, agora no valor de US$ 898 bilhões. Os gastos com reparações somaram R$ 159 milhões no período.

A receita líquida entre janeiro e março somou US$ 6,97 bilhões, uma queda de 15% em relação ao mesmo período de 2019 (US$ 8,2 bilhões). Ficou também abaixo do indicador do quarto trimestre de 2019 (US$ 9,96 bilhões), recuo de 42%.

No comunicado ao mercado, a empresa informou que o resultado financeiro no primeiro trimestre foi “fortemente impactado pela desvalorização do real frente ao dólar”, o que reduziu principalmente os custos com derivativos usados como hedge (proteção) dos compromissos da companhia em reais.

Além disso, a empresa viu uma redução de US$ 549 milhões no valor em dólar de sua dívida em reais devido à desvalorização da moeda brasileira. No entanto, a dívida líquida permaneceu estável devido ao feito contrário sobre o saldo de caixa da empresa no Brasil. Ainda assim, o caixa total da empresa alcançou US$ 12,2 bilhões no fim de março, quase US$ 4,1 bilhões a mais que em dezembro de 2019.

Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a empresa teve uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de US$ 2,88 bilhões no primeiro trimestre, ante um Ebitda negativo de US$ 652 milhões no mesmo período do ano passado.

Impacto do coronavírus

Apesar de o coronavírus ter surgido na China, maior destino das exportações da Vale, e paralisado parte do país asiático no primeiro trimestre – provocando a primeira queda do PIB chinês em décadas – a companhia não reportou forte impacto da pandemia nos seus resultados nos primeiros meses do ano.

Mesmo assim, a empresa revisou para baixo suas metas de produção para o ano. As novas projeções para finos de minério de ferro, por exemplo, foram reduzidas de 340-355 milhões de toneladas para 310-330 milhões de toneladas, o que já havia sido anunciado em 17 de abril no relatório de produção e vendas.

No balanço divulgado nesta terça-feira, a empresa ressaltou as medidas que está tomando para reduzir o impacto do coronavírus em sua produção, como medidas de prevenção e testagem de funcioários e o adiamento de paradas de manutenção programada em algumas unidades.

“A Vale está enfrentando estes tempos desafiadores da pandemia do COVID-19 com responsabilidade, disciplina e senso de urgência. Nós desenvolvemos um plano de resposta à crise com ações que priorizam: (a) a saúde e segurança de nossos empregados e das comunidades em que operamos; (b) o apoio à batalha contra o vírus, honrando nosso novo pacto com a sociedade; e (c) a continuidade de nossos negócios. Da mesma forma, continuamos avançando com a reparação de Brumadinho e as iniciativas de gestão de riscos. Nosso objetivo permanece intacto: estamos transformando a Vale em uma das mais seguras e confiáveis empresas de mineração do mundo.”, afirmou Eduardo Bartolomeo, diretor-presidente da Vale no comunicado divulgado pela empresa.

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/favorecida-por-cambio-vale-lucra-us-239-milhoes-entre-janeiro-marco-24399773

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