A safra brasileira de soja na temporada 2020/21, que começa a ser semeada em setembro, deve atingir um volume recorde de 131 milhões de toneladas. A projeção é do Itaú BBA, que divulgou ontem as previsões para o setor agrícola. De acordo com os analistas do banco, o aumento no plantio de soja ocorre no embalo dos preços elevados e da safra rentável do ciclo 2019/20.
A expectativa do Itaú BBA é que a área de cultivo cresça 2,4% na comparação com a atual safra, na qual o país dedicou 36,8 milhões de hectares à cultura. A produção do grão no atual ciclo foi estimada em 123 milhões de toneladas.
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Boas margens e relação de troca atrativa para 2020/21 devem levar a esse aumento de área plantada no país, afirmou o gerente de consultoria de agronegócios do Itaú BBA, Guilherme Bellotti. De acordo com ele, 30% da produção futura foi vendida antecipadamente. No mesmo período de 2019, de 10% a 12% da soja estava vendida antecipadamente.
Bellotti estimou que as exportações brasileiras da oleaginosa alcançarão 75 milhões de toneladas em 2020, queda de 3,7% ante a 77,9 milhões de toneladas exportadas em 2019. De janeiro a maio, o país exportou 49,7 milhões de toneladas da oleaginosa, sendo a China responsável por 73% do volume ou 36,3 milhões de toneladas, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Grãos (Anec).
Um eventual aumento do volume exportado dependerá de como as relações entre China e Estados Unidos se darão no segundo semestre. De acordo com Pedro Fernandes, diretor de agronegócios do Itaú BBA, tensões devem trazer um benefício para o Brasil, ao deslocar a demanda que viria dos EUA para o país. No entanto, uma nova crise entre os dois países afetaria a economia global como um todo, com impacto na demanda no longo prazo. Além disso, Bellotti disse que o recrudescimento das relações entre os países pode pressionar as cotações do grão na bolsa de Chicago.
Para o milho, a expectativa do banco é que a produção total brasileira alcance o volume recorde de 109 milhões de toneladas na safra 2020/21, superando o recorde anterior de 100 milhões de toneladas alcançado em 2018/19. A área plantada deve aumentar 3% ante os atuais 18,5 milhões de hectares dedicados à cultura. Do total, 28 milhões de toneladas deverão ser colhidas na safra de verão. A produção da segunda safra deverá alcançar 80 milhões de toneladas.
Na atual safra (2019/20), o Brasil deve colher um total de 98 milhões de toneladas de milho, sendo 71 milhões de toneladas na segunda safra, que está em fase de colhida e que registrou patamar recorde de preço no mercado interno. O cenário de oferta apertada no primeiro semestre, com quebra na safra do Rio Grande do Sul, propiciou preços elevados até início de maio, com grande prêmio sobre a paridade de exportação, afirmou Bellotti.
Fonte: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2020/06/05/nova-safra-de-graos-deve-bater-recorde.ghtml
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