O mês de maio trouxe recuperação nos preços das commodities. As cotações de petróleo e minério de ferro apresentaram aumento de 36,6% e 10,4%, respectivamente. Segundo analistas, essa melhora aconteceu principalmente por causa da queda expressiva dos preços no mês de abril, considerado o pico da pandemia no mundo.
No caso do preço do Brent, o barril foi cotado para os contratos de junho a US$ 34, 53 na sexta-feira. Em relação ao dia anterior, a queda foi 2,15%. Já no ano, o recuo é de quase 50%, 47,7%. Nem a melhora no mês de maio reduziu a trajetória de queda nos preços.
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Gabriel Francisco, analista de petróleo da XP Investimentos, disse que maio trouxe calmaria no mercado, com a medida dos cortes de produção dos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tomando corpo. Abril foi o caos absoluto. Além de não se ver os cortes de produção dos países da Opep, foi o pico da quarentena no no mundo. Foi a tempestade perfeita.
Pelo acordo, firmado em abril, até 30 de junho os cortes serão de 9,7 milhões de barris por dia. De junho até dezembro, serão de 7,6 milhões de barris/dia e a partir de 2021 até 2022, os países da Opep devem produzir 5,6 milhões de barris por dia a menos.
Entramos em maio com os cortes de produção tomando corpo. E vemos uma recuperação lenta e uma reabertura gradual na Europa e nos Estados Unidos que pode-se considerar que passou o pior momento, afirmou o analista.
Segundo ele, nos EUA os estoques estão diminuindo, o que mostra uma recuperação da atividade. Sinalizando retomada de demanda e a sua normalização. Já temos conversas pelo mundo para o fim da quarentena e com isso podemos voltar com a atividade econômica. Foi um mês bastante forte por causa desse otimismo.
Já o preço do minério de ferro no mercado transoceânico subiram acentuadamente devido às preocupações com fornecimento do Brasil. As cotações da commodity com teor de 62% de ferro aumentaram 5,5% na sexta-feira, para US$ 102,39 a tonelada, no porto de Qingdao, segundo a publicação especializada, Fastmarkets MB.
No mês, a alta foi de 10,4% em relação a abril. Já no ano, os preços ainda caem 4,5%. O analista de mercado e especialista em siderurgia e mineração da Mirae Asset, Pedro Galdi, disse que qualquer sinalização de que a Vale, Rio Tinto ou BHP podem parar a produção vai afetar positivamente os preços. A China não parou a siderurgia totalmente por causa da pandemia, o estoque de minério foi consumido. Nesse mês, o mercado está se antecipando ao risco de parada. Vamos ter um segundo trimestre muito ruim para a economia. O terceiro trimestre deve melhorar aos poucos, e gradativamente vamos ver uma recuperação do atividade econômica do mundo.
Segundo Galdi, o preço do minério não deve se manter no patamar de US$ 100 a tonelada. A faixa normal é entre US$ 80 a US$ 90.
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