O que era esperado há um bom tempo por investidores em companhias brasileiras e acionistas finalmente parece que vai se concretizar. O grupo Cosan anunciou no início da noite que iniciou trabalhos para fazer a simplificação de sua estrutura societária, atualmente contando com três holdings – , todas com ações listadas em bolsas.
O conglomerado, com faturamento líquido consolidado de R$ 73 bilhões no ano passado e entre os maiores conglomerados empresariais do país, tem atuação no agronegócio, com produção de açúcar e etanol, no varejo de combustíveis, na comercialização de gás canalizado, na geração de energia, em logística ferroviária e portuária e na fabricação de lubrificantes.
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Atualmente, a Cosan é controlada pela CZZ (baseada nas Bermudas), que também controla a Cosan Logística. Ambas serão incorporadas pela Cosan S.A, que se tornará única holding do grupo e terá sob seu guarda-chuva todos os negócios: Raízen Combustíveis (mais controladas no Brasil e exterior) e Raízen Energia, Compass Gás & Energia, controladora da Comgás e Compass Comercializadora, Moove e Rumo. A concessionária de ferrovias, no atual organograma, é vinculada à Cosan Logística.
Pela proposta apresentada, o objetivo é unificar e consolidar diversas ações em circulação (free floats) das três companhias holdings. A expectativa também é de aumentar a liquidez das ações e destravar valor do grupo – reorganizado e consolidado. As ações da Cosan passam a ser detidas diretamente por todos os acionistas das três empresas.
A Cosan continuará sendo controlada pela Aguassanta, veículo de investimento da família do empresário Rubens Ometto, fundador do grupo.
Como parte da operação, a Cosan pretende emitir aos acionistas que detiverem ações da CZZ os recibos de ações (ADRs) ou as ações da Cosan negociadas na B3. No caso da Cosan Log, quem detiver seus papéis receberá ações da Cosan, que passará a ser a controladora direta da Rumo.
Segundo o comunicado da companhia, a operação apenas será concluída se o valor destinado ao direito de retirada dos acionistas de Cosan Log não prejudicar a estabilidade financeira de Cosan. Vai ser estabelecido um valor fixo máximo para o exercício do direito de retirada. Os acionistas de Cosan e CZZ não terão direito de retirada.
A Cosan informou também que pretende preparar as principais subsidiárias operacionais e co-controladas para eventuais ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês). O anúncio foi feito junto com comunicado do seu plano de simplificação da estrutura societária.
Segundo declarou a companhia, os IPOs visam dar acesso direto aos acionistas de seus principais negócios. Destacou, porém, que a viabilidade e o momento das ofertas de cada companhia são diferentes e a listagem dependerá de inúmeras condições que poderão ser alheias à vontade de Cosan. No entanto, nossa intenção é estarmos preparados caso tais condições sejam satisfeitas, afirmou no comunicado.
O prazo previsto para concluir a reorganização e simplificação da estrutura societária é de 180 dias, informou a empresa. Ressalvou, todavia, que vai depender das aprovações societárias e regulatórias da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da SEC (órgão americano do mercado de capitais), credores e fornecedores.
Até lá, serão constituído comitês especiais, independentes e transitórios, para negociar relação de troca de ações entre as três holdings. Esses comitês serão formados por pessoas não ligadas às administrações das companhias.
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