O grupo Cosan, um dos maiores conglomerados empresariais do país, divulgou nesta sexta-feira (3) o compromisso de cortar 10% na pegada de carbono do etanol, produzido pela co-controlada Raízen, até 2030, e de 15% nas emissões, medida em tonelada por km útil na concessionária de ferrovia Rumo, até 2025.
O documento, disse Luís Henrique Guimarães, presidente da Cosan, é resultado de vários anos de trabalho interno sobre esse tema. Essa agenda começou a ser apresentada durante os encontros com investidores, os Cosan Day.
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Ganhou aprimoramentos e dimensão, envolvendo, além de Raízen e Rumo, a empresa de gás canalizado Comgás e a de lubrificantes Moove. Foi aprovado pelo conselho de administração alguns dias atrás.
Os compromissos vão desde segurança, eficiência energética, diversidade de gêneros no grupo, formas de financiamento atreladas a critérios de sustentabilidade, gestão dos negócios alinhadas com aspectos ambientais, sociais e de governança até redução de emissões de carbono por atividades de suas empresas.
Nesta semana, por exemplo, a Rumo fez a emissão de green notes no valor de US$ 500 milhões, com vencimento em janeiro de 2028. Os recursos serão destinados ao financiamento de novos investimentos dentro do conceito de sustentabilidade e projetos verdes nos programas de expansão da malha de ferrovia da empresa no país.
O portfólio de negócios do grupo abrange desde produção e comércio de combustíveis de origem fóssil (refino de petróleo, venda de gasolina e diesel, fabricação de lubrificantes) a combustíveis limpos e renováveis (etanol, energia de biomassa e gás). Para Guimarães, o ponto crucial é o equilibrio e o compromisso com a sustentabilidade econômica, ambiental e social de cada negócio. Para nós, a chave está no ganho de eficiência energética de nossas operações.
Ele lembra que a Rumo, ao gastar menos combustível, além do ganho econômico, gera menos emissões de carbono. E, à medida que amplia suas operações – com novas linhas férras e fortemente focada no transporte de grãos -, substitui milhares de caminhões nas estradas, movidos a diesel. Um caminhão, disse ele, tem emissão quatro vezes superior do que as locomotivas de um trem de 120 vagões. Kovarsky lembra que o olhar do mercado investidor em negócios sustentáveis vem ganhando força. O movimento começou pela Europa, chegou aos Estados Unidos e agora também no Brasil. Há mais de 18 meses viemos trabalhando para definir um programa de metas mais robusto para as empresas e gerar um relatório abrangente, disse.
Para o presidente da Cosan, o ponto-chave está em balancear a sustentabilidade econômica de cada negócio com responsabilidade social e ambiental. E que, no Brasil, com sua ampla matriz energética, isso se torna mais fácil de alcançar.
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