A decisão do ministro Gilmar Mendes de mandar soltar o secretário dos Transportes Metropolitanos paulista, Alexandre Baldy, na sexta (7), reacendeu o suspense no setor sobre a sucessão na pasta. Baldy está fora por 30 dias para se defender, mas a avaliação é que o governador João Doria (PSDB) teria dificuldade de recolocá-lo no cargo após o período porque, apesar de a suspeita que motivou a prisão de Baldy ser anterior à atuação dele no governo de SP, a imagem fica manchada.
O setor é sensível porque foi nele que aconteceram os grandes escândalos de corrupção da história tucana em SP. Além disso, quem comanda a secretaria precisa lidar com empresas que tiveram seus nomes envolvidos na Lava Jato.
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No mês passado, por exemplo, Doria e Baldy assinaram com a Queiroz Galvão o contrato de R$ 217,7 milhões para as obras do segundo trecho do VLT na Baixada Santista. A companhia foi declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União, mas diz que não tem restrições para contratar com a administração pública porque as medidas foram suspensas por força de liminares.
Baldy também é visto como uma pessoa com pouca experiência técnica no assunto. Sem formação em engenharia, como costumam ter os ocupantes do posto, ele se graduou em direito pela PUC-GO. Foi secretário de indústria e comércio em Goiás e deputado federal, antes de ser chamado para o Ministério da Cidades de Temer em novembro de 2017.
Procurada pela coluna, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos diz que todos os atos do órgão e do secretário são públicos.
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