Correio do Povo – A Itália inaugurou nessa segunda-feira sua nova aposta no combate à pandemia do novo coronavírus: um trem convertido em UTI móvel que percorrerá as ferrovias do país para tentar aliviar a pressão sobre a rede de hospitais do país. O veículo está na estação Termini da capital, Roma, pronto para ser despachado caso algum governo local faça o pedido. “Ele pode inclusive circular por toda a Europa, não há outro trem como este”, explicou o coordenador da Ferrovie dello Stato, Gianfranco Battisti.
Segundo Batisti, não é apenas um trem com leitos. Todo o interior foi modificado para que ele funcione realmente como um hospital sobre trilhos, em uma colaboração entre a agência de Proteção Civil, a Cruz Vermelha e a Agência de Emergências da Lombardia. Ele também pode transportar pacientes entre cidades e, apesar de na fase inicial estar dedicado a pacientes com Covid-19, poderá ser usado para auxiliar em futuros desastres em solo italiano ou europeu.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
O trem é formado por oito vagões. Três deles abrigam 21 leitos de UTI. O interior foi tão modificado que tem pouco a ver com o de um trem convencional, a não ser o tamanho. Em uma das laterais desses vagões, estão dispostos os leitos fixos na parede, com gavetas embaixo, para aproveitar o espaço. As janelas foram cobertas com paineis onde aparecerão os sinais vitais dos pacientes, todos monitorados por computador.
Outros dois vagões vão carregas os equipamentos técnicos e um gerador independente que permita o funcionamento ininterrupto de todas as máquinas. Em outro, serão armazenados os medicamentos e equipamentos de proteção. O trem vai transportar 21 respiradores mecânicos, um por leito, dez equipamentos de ultrassonografia, dois aparelhos de gasometria arterial e câmaras de isolamento individuais. Por fim, os dois últimos vagões levarão a sala de operações e as camas de repouso para os funcionários.
Cada um dos vagões contará com um médico e quatro enfermeiros. Segundo os responsáveis, o trem terá autonomia para circular durante “alguns dias”, o que permite que faça viagens mais longas. Não foi fornecida uma duração específica porque tudo depende do gasto das reservas de oxigênio, que ficarão armazenadas em tanques colocados nas plataformas entre os vagões. Caso o gás comece a ficar escasso, o trem poderá parar em qualquer estação, trocar o tanque e seguir viagem.
Seja o primeiro a comentar