O Globo (Blog) – Há um espalhamento maior da inflação ditado pela alta das commodities, impactando o produtor e o bolso do consumidor. Mesmo que estacionem, os preço subiram tanto que vão continuar pressionando a cadeia produtiva. Esta é análise de André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.
– Vai continuar encarecendo os materiais de construção, itens da indústria química, bens duráveis etc.
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O IGP-M de maio, divulgado nesta sexta-feira, acelerou 4,10% em maio, ante avanço de 1,51% em abril. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA),que responde a 60% do índice geral, avançou 5,23%, sob forte influência dos aumentos registrados das commodities.
O grande vilão do IPA foi o minério de ferro, com aumento de -1,23% para 20,64%. Em doze meses, acumula 120,94%. A cana-de-açúcar teve reajuste de 3,43% para 18,65%, e acumula alta de 41,22%. A soja subiu de 1,23% para 3,74% em maio, acumulando alta de 77,99%.
- Estão aí as causas para o óleo de soja não ficar mais barato e de o açúcar não parar de subir nas prateleiras do supermercado. O setor de construção civil também está sofrendo.
Mesmo sem o aumento do minério de ferro, o aumento do IPA seria de 2,9%. Segundo Braz, não há uma previsão que o preço das commodities que favoreceram a aceleração do IPA venha a ser repetir ao longo nos próximos meses. No entanto, é impossível fazer previsões por ser tratar de preços voláteis. Ainda mais que, com o expansão da vacinação, o mundo está aquecendo e a Ásia tem comprado cada vez mais.
Uma boa notícia neste cenário é estabilidade da moeda, avalia Braz. Mesmo desvalorizada, estacionou em torno de R$ 5,30. O câmbio mais desvalorizado nos favorece e evita que entre a inflação via câmbio, salienta.
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