O Globo – O primeiro relatório de uma das investigações sobre o desabamento de um viaduto do metrô na Cidade do México apontou que falhas na construção levaram a tragédia que matou 26 pessoas e deixou mais de 70 feridas. O acidente ocorreu por volta de 22h do dia 3 de maio, próximo à estação de Olivos, da Linha 12 do metrô.
A auditoria independente da empresa norueguesa DNV, contratada pela prefeitura, encontrou problemas como parafusos faltando em algumas vigas e até soldas inacabadas. Dois outros relatórios ainda serão divulgados nos meses de julho e agosto.
A lista de problemas inclui ainda porosidade e falta de fusão na junta parafuso-viga e uso de diferentes tipos de concreto.
Os resultados preliminares foram divulgados em entrevista coletiva na quarta-feira. O Ministério Público mexicano também realiza uma investigação sobre o caso, mas ainda não divulgou conclusões do trabalho. O Colégio de Engenheiros Civis do México também deve apresentar seu próprio relatório nesta quinta-feira.
— O documento nos permite apresentar, a título preliminar, que o incidente foi causado por uma falha estrutural — disse Jesus Esteva, chefe do departamento de obras públicas da Cidade do México, durante o encontro com jornalistas.
O Grupo Carso, responsável pela obra no trecho que desabou, informou em comunicado que não fará comentários até que o relatório final sobre o acidente seja publicado.
O atual ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, que impulsionou a construção da Linha 12 quando foi prefeito da capital, entre 2006 e 2012, divulgou um comunicado defendendo sua administração e afirmou que, além do relatório técnico final, uma investigação mais ampla deve ser realizada para revisar todo o “processo de tomada de decisão no design, layout, fiscalização e manutenção da obra”.
A linha foi alvo de diversas vistorias e apontada como segura desde a inauguração, em 2012. Entre os anos de 2014 e 2015 teve a circulação parcialmente paralisada para reparos. Mais de 200 mil passageiros passavam por ela diariamente e havia rachaduras visíveis no viaduto após um terremoto em 2017.
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